Capítulo 2

Há um milhão de motivos para que eu desista de você

Mas o coração quer o que ele quer

O coração quer o que ele quer

The Heart Wants what It Wants - Selena Gomez

(...)

Ella

 — Sinta-se à vontade, a cozinha é toda sua. — aponto a direção para que ele cumpra com sua palavra.

 — Nossa! Estava tentando fazer churrasco ou o quê? O cheiro de queimado incendiou seu apartamento. — ele comenta com sarcasmo.

 — Meu olfato está em perfeito estado, senhor observador. E respondendo à sua pergunta, eu não estava tentando fazer um churrasco, estava preparando meu jantar, mas um idiot… — ele me olha com o cenho franzido e um sorriso arteiro, me fazendo perceber que iria falar besteira.

 Pigarreio, tentando não demonstrar o que estava prestes a fazer.

 Como se esse cafajeste não soubesse…

 — É… Como eu ia dizendo, estava preparando meu jantar, mas me distraí e acabou acontecendo esse estrago que você está vendo. — ele ri nasalmente, balançando a cabeça para os lados.

 — Tudo bem, não está mais aqui quem falou. — levanta as mãos em sinal de rendição.

 — Vou colocar meu casaco na lavadora, se precisar é só me chamar. — ele apenas meneia a cabeça em sinal de concordância.

 Enquanto giro os calcanhares para ir até à lavanderia — que fica praticamente ao lado da cozinha, ficando separados por uma parede, tipo um quartinho — Vejo-o colocando as mãos na barra da camisa e tirando-a. Acho um abuso ele fazer isso, mas não vou negar que gostei muito.

 Mesmo estando de costas para mim, babo em sua musculatura perfeita, suas costas largas.

 Eu juro que vou ter um troço.

 Fico tão fissurada que, sem perceber, inclino a cabeça para o lado, mordendo de leve o lábio inferior.

 Consigo retornar à realidade antes que ele perceba e vou para onde o informei.

 Enquanto coloco o casaco na máquina, meus pensamentos vão ao encontro do homem que está em minha cozinha, preparando um jantar para mim.

 Não sei o que é mais louco da minha parte, permitir que um estranho entre em minha casa ou o fato de eu estar completamente excitada por um homem que nem conheço.

 Termino minha tarefa e volto para onde o deixei.

 — Devo admitir que o cheiro está ótimo — o som da minha voz o faz olhar por cima do ombro — Costuma ficar sem camisa na casa dos outros? — sento na banqueta e apoio meus braços sobre o balcão da cozinha americana.

 — Não uso camisa para cozinhar em minha casa, não usarei na sua. — dá de ombros.

 — Você é sempre assim?

 Ele desliga o fogo e vira de frente para mim, me deixando ainda mais desconcertada por ver um homem tão gostoso em minha casa.

 Esse fogo todo deve ser por causa do tempo que não transo, mamãe está certa. Preciso transar.

 — Assim como exatamente? — arqueia as sobrancelhas.

 — Tão cheio de si, sempre tem as respostas certas na ponta da língua…

 — A maioria das pessoas dificulta demais as coisas, a vida é simples e muito curta para não dizer o que pensamos. Então, sim. Isso te incomoda? — me olha intensamente, como se me analisasse.

 Estalo a língua.

 — Porque me incomodaria? Nem nos conhecemos, apenas comentei o que penso, exatamente como você disse que as coisas devem ser. — lhe encaro desafiadora.

 Ele sorri.

 — Gostei de você. A propósito, me chamo Justin Coleman. — estende a mão em minha direção para um cumprimento.

— Ella Murray. — retribuo o gesto.

— É um prazer conhecê-la, Ella.

— Digo o mesmo, senhor Coleman.  

— Apenas Justin, acabo de cozinhar para você, somos amigos agora.

 Encaro seu semblante presunçoso.

 — Podemos comer? — desvio meu olhar para a panela em cima do fogão.

 — Onde ficam os pratos?

 — Deixa que eu pego. — levanto, fazendo menção de ir até lá.

 — Não se preocupe com nada, só me diz onde fica. — ele põe a mão em minha frente, impedindo-me de passar.

 Assinto com a cabeça e aponto para uma das portas do armário.

 Justin pega dois pratos e nos serve com uma macarronada — que está com uma cara bem apetitosa — e um filé de carne. Chego a salivar somente em olhar, mesmo de longe.

 — Tem algo para beber?

 — Sim, na geladeira.

 Ele abre a porta da mesma e analisa por alguns segundos o que irá pegar. Ao fechá-la, traz consigo uma garrafa de vinho que abri há alguns dias.

 — Se está pensando em me embebedar e fazer o que quiser comigo, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Sou forte para bebidas. — ele ri, balançando os ombros.

 — Você tem senso de humor, gosto disso.

Coloca os pratos no balcão, traz dois copos e a garrafa de vinho. Veste a camisa e senta na banqueta ao meu lado.

— Bom apetite, espero que goste.

 Estava com tanta fome, que enrolo o macarrão no garfo e levo à boca, saboreando-o e solto um gemido involuntário de satisfação.

 — Isso está maravilhoso… — resmungo de olhos fechados.

 O miado do Tom, me faz abrir os olhos.

 Olho na direção do som e vejo-o na janela. Nem havia percebido que esse safado saiu. Agora voltou pelo cheiro da comida.

 — Onde esteve, rapaz? — pergunto a ele, que parece me entender, pois, pula para o chão e vem até nós.

 — Olá, amiguinho — Justin o cumprimenta e o sem vergonha roça a cabeça na perna dele — Quer um pouquinho? — o Tom mia.

Justin pega um pouco de carne e j**a no chão. Tom dá uma breve cheirada e come em seguida.

 — Onde aprendeu a cozinhar assim? — o encaro curiosa.

 — Quando se é solteiro, morando sozinho, temos que aprender a nos virar, não é mesmo?

 Meneio a cabeça em concordância.

 Tivemos um momento bastante agradável enquanto comemos. Falamos um pouco sobre nossos gostos culinários, a comida preferida de cada um. Sei que é insano da minha parte, porque acabo de conhecer o Justin, mas de alguma forma, pela primeira vez em tempos, me senti bem na companhia de um homem. E olha que já tentei sair com alguns caras depois do meu divórcio.

 — Foi bom te conhecer, Ella. Espero que tenhamos momentos como esse mais vezes. — diz à medida que caminha para fora do meu apartamento.

 — É uma hipótese, mas eu não contaria com isso. — Justin me analisa, como se pudesse enxergar a minha alma.

 — A propósito, gostei do pijama. — aponta para meu corpo e só agora me dou conta de que não troquei de roupa, nem coloquei outro casaco por cima.

 Arregalo os olhos, morrendo de vergonha.

 Imediatamente, cruzo os braços sobre os peitos.

 — Até mais ver. — ele ri e vira de costas para mim.

 Fecho a porta e coloco a mão na testa.

 — Porque essas coisas só acontecem comigo? Devo estar pagando meus pecados de outra vida, não há outra explicação.

 Vou até a cozinha para lavar a louça suja e deixar tudo organizado antes de dormir.

 Me certifico que tranquei a porta, apago as luzes e sigo para o quarto.

 Quase que instantaneamente, meus olhos vão em direção à janela, de onde costumo vislumbrar a beleza estonteante do meu vizinho gostoso. E, mesmo que eu tente evitar, já não consigo mais dizer não aos instintos do meu corpo. Então, fecho a cortina, apago a luz, deixando apenas o abajur ligado. Vou até o guarda-roupa e pego meu pênis de borracha.

 Um objeto marrom, grosso e com veias saltadas, exatamente como imagino ser o pau do meu vizinho. Deito sobre a cama com as pernas abertas, abaixo minha calcinha até os joelhos e fecho os olhos, deixando a minha imaginação fluir.

 Ao fazer isso, minha mente reproduz a imagem do Justin com a cabeça entre minhas coxas. Ele erguendo uma de minhas pernas e beijando levemente até chegar aonde eu mais queria. Seus lábios carnudos molhados dando uma chupada forte em meus lábios vaginais e deixando sua saliva se misturar à minha lubrificação.

 Nesse momento, minha respiração já está totalmente descompassada. Desço uma de minhas mãos até minha virilha, acariciando-a e passando os dedos ao redor do meu clitóris, o deixando cada vez mais sensível. Com dois dedos, passo a fazer círculos ali, me estimulando e, não suportando mais tamanho desejo que me toma, me penetro com o vibrador em formato de pênis.

 Meus gemidos começam a ecoar pelo quarto e tento me controlar para não gritar, o que é quase impossível. Continuo nesse movimento de entra e sai delicioso, sentindo a vibração na parte interna do meu clitóris. Levo minha mão a um de meus seios, apertando-o, imaginando ser o Justin. Ele falando safadezas em meu ouvido, me levando à loucura.

 Chego ao clímax, tendo espasmos e sentindo as paredes da minha buceta se contraindo e apertando o vibrador.

 Estou ofegante.

 Logo o cansaço me atinge, como ondas de alívio e satisfação, dessa forma, apago.

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