Perdendo-me em você
Perdendo-me em você
Por: N. O. Mendes
Prefácio

Clara

Finalmente o despertador tocou, não posso dizer por quanto tempo estou esperando, apesar de precisar desesperadamente descansar não consegui dormir durante a noite inteira. 

Viro de barriga para cima e encaro o teto imaginando que já deveria estar de pé mesmo ainda tendo tempo, estou tão ansiosa que sinto falta de ar, mas começo a respirar lentamente e logo me acalmo. 

Sento-me na cama, olhando para a poltrona ao meu lado onde deixei minhas roupas separadas, mas antes de me trocar vou para o banheiro, tomo banho, lavo o meu rosto e escovo os dentes, em seguida passo hidratante em minha pele, passo uma maquiagem leve não quero que pensem que gosto de aparecer, aliás, não estou à procura de ninguém para pegar no meu pé, arrumo o meu cabelo com um coque um tanto folgado e deixo algumas mexas soltas para não parecer tão séria, agora sim estou pronta para me vestir. 

Volto para o quarto e abro um pouco a janela, o suficiente para verificar como está o tempo, fecho-a rapidamente e começo a pegar a roupa que escolhi, pego o meu vestido preto não muito cumprido, ele fica um pouco acima do joelho, assim que o visto me olho no espelho, admiro o que vejo, afinal não estou tão mal, penso se não exagerei no preto, mas gosto do que vejo acredito que o vestido combina com o meu cabelo. Pego um brinco e o coloco, calço os meus sapatos o salto não é tão alto, mas o suficiente para impressionar, saio do quarto e vou tomar café.

Ao entrar na cozinha sinto-a agradável até que morar sozinha não é tão ruim como pensei, tudo está no mesmo lugar e me sinto alegre com isso, coloco um pouco de café em uma xicara e pego algumas torradas na geladeira, enquanto o café esquenta preparo as torradas e assim que o micro-ondas apita sei que posso tomar café tranquilamente, confiro o relógio e percebo que ainda tenho alguns minutos, afinal não estou atrasada, sento na cadeira e olho pelo vidro da janela, o tempo esta ameno, não faz muito calor e apesar de estar nublado, não esta frio, em minha opinião está perfeito, aliás, não teria como estar melhor, mesmo sem dormir bem, não sinto sono, não agora. Ao terminar o café me apresso para sair, pois chegar um pouco antes do horário não faz mal, pego a minha bolsa e as chaves e saio. 

Na rua sinto o ar, o ar fresco que me ajuda a ficar calma, ele parece um pouco frio, mas muito relaxante da forma que eu pensei, não poderia estar mais agradável, então eu sorrio como uma criança que finalmente ganhou o presente que sempre sonhou, eu realmente acredito que foi isso que aconteceu, ganhei muito mais do que apenas um emprego, sinto-me tão feliz e animada que não consigo deixar de pensar como será quando chegar, ao pensar nisso outro sorriso me escapa, caminho para o ponto desejando que o ônibus não demore e tenho sorte, pois em poucos minutos ele chega e imaginando como o dia começou bem, me encaminho para o trabalho.

Ele anda na velocidade suficiente que me permite admirar esta cidade, as árvores junto com os prédios fazem uma bela pintura, olho as pessoas na rua e imagino se estão tão felizes quanto eu, se o dia delas começou tão bem e desejo que a resposta seja sim, pois todos merecem que as coisas deem certo e quanto mais feliz me sinto mais desejo que todos se sintam assim. 

Fecho os olhos e deixo que o balançar do ônibus me acalme ainda mais, não quero parecer assustada ou ansiosa demais no meu primeiro dia, após alguns minutos abro os olhos e percebo que estou perto do meu destino, agora me sentindo um pouco mais normal e menos apreensiva espero alguns minutos para levantar e dar sinal. 

Desço alguns pontos antes do que deveria como ainda estou com tempo prefiro andar um pouco, mesmo sabendo que isso vai me dar um pouco de dor nos pés, mas quero conhecer a proximidade do lugar onde irei trabalhar. 

É um lugar aparentemente bem mais chique do que estou habituada, o bairro é muito bem cuidado passo por alguns lugares que possuem casas tão grandes e bonitas que imagino se um dia poderei apenas conhecê-las por dentro, bem próximo as casas tem uma praça não muito grande, mas o suficiente para poder se distrair, as árvores floridas deixam o ambiente muito mais aconchegante e bonito chego a suspirar enquanto o encaro, continuo caminhando e chego a cumprimentar alguns moradores que parecem muito simpáticos, ao virar a rua percebo que estou mais próxima à empresa enquanto analiso o ambiente na calçada ao lado esquerdo tem uma padaria muito bonita, penso em vir um pouco mais cedo algum dia apenas para tomar café ali, um pouco mais adiante tem um posto de gasolina, na calçada em que estou vejo muitos prédios comerciais, avisto alguns restaurantes, mas como na empresa tem restaurante não me preocupo com isso. 

De repente paro e prendo a respiração, é muito mais alto e bonito do que pensei. Na entrada do prédio tem algumas plantas que o deixa muito mais charmoso, sinto todo o meu nervosismo voltar e tento respirar lentamente, entro no prédio e mostro o meu crachá, o segurança permite o meu acesso e eu vou em direção aos elevadores assim que entro sorrio e aperto o andar que devo ir 17° o elevador parece demorar uma eternidade para subir e assim que chega no andar saio um pouco apressada mesmo sabendo que ainda está cedo, ando pelo corredor e chego à sala do meu futuro chefe a porta está aberta, mas mesmo assim eu prefiro bater para que ele me veja e assim que percebe que estou ali olha para mim e sorri, eu retribuo e ele vem até mim.

— Senhorita Andrade, seja bem-vinda no seu primeiro dia. - Eu sem saber o que responder me limito a sorrir e agradeço, mas percebo que minha voz não sai, porém não me intimido com isso. 

Não me sinto tão bem em um lugar faz muito tempo, tenho certeza que serei feliz aqui, e esse será o melhor chefe, posso sentir isso assim que olho para ele, o acompanho até a minha sala e ansiosamente escuto suas orientações pronta para começar o meu dia.

N. O. Mendes

Aqui se inicia a trajetória da Clara dentro desta história, espero que cada um possa se identificar com a nossa protagonista e encontrem nela aquilo que desejam ardentemente ver em vocês. Boa leitura, N. O. Mendes.

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