DAVID
— Cuidado, talvez eu não esteja mais disponível quando você resolver superar o passado e viver o presente. — A frase familiar me faz olhá-la desconfiado.
— Essa frase…— Começo, mas sou interrompido pela imagem dela evaporando.
Me acordo de sobre salto com o pau levemente duro, entendendo exatamente o que acabou de acontecer, foi um sonho, apenas mais entre tantos que passei a ter e todos acabam exatamente iguais. A Nelly repete as exatas mesmas palavras que minha mãe me disse antes de partir para seu cruzeiro com meu pai, talvez, apenas com algumas mudanças.
Ela usou o primeiro pronome do singular, não pude deixar de perceber.
Eu.
Mal humorado, saio da cama e vou direto para o banheiro. Tomo uma ducha rápido e sigo minha rotina já estabelecida de ir para a empresa. Adentro o prédio minutos depois com um copo de café na mão e um óculos escuros no rosto para disfarçar minha expressão de merda.
— Sr. Bragança, com licença...— Leyla se antecipa assim que me vê e balanço a cabeç