Camille
A manhã chegou silenciosa, envolta em um clima de tensão palpável.
Quando desci para o café, o ar parecia carregado. Javier já estava à mesa, mas não levantou os olhos quando entrei. Em vez disso, ajustou o jornal em suas mãos e continuou lendo, como se eu não estivesse ali. Sentei-me em silêncio, observando-o de canto de olho. Normalmente, ele era o primeiro a falar, a iniciar alguma conversa casual ou até mesmo uma discussão, mas hoje... nada.
Carmen apareceu com a travessa de frutas e um cesto de pães. Enquanto colocava tudo na mesa, Javier finalmente falou:
— Carmen, diga para Camille que preciso que ela fique na mansão hoje. Há coisas que precisam ser resolvidas.
Minha respiração parou por um instante.
Ele realmente estava se dirigindo a mim por interposta pessoa?
Carmen olhou para mim com desconforto antes de balbuciar:
— O senhor Javier gostaria que a senhora permanecesse em casa.
— Eu ouvi — respondi, seca, cruzando os braços.
Levantei-me antes que ele pudesse continua