Javier
O silêncio na sala era absoluto, quebrado apenas pelo som ritmado dos meus passos. Caminhava de um lado para o outro, os olhos fixos na cadeira de metal no centro da sala. Era ali que os funcionários eram levados, um por um, para interrogatório.
A iluminação fraca lançava sombras alongadas contra as paredes de concreto. A atmosfera estava carregada, densa. O cheiro de suor e medo impregnava o ar.
O primeiro a ser trazido foi o jovem jardineiro. Ele parecia ainda mais frágil sob a luz dura da sala, seus olhos arregalados enquanto tremia visivelmente na cadeira.
— Sabe por que está aqui? — perguntei, minha voz baixa, mas carregada de intenção.
Ele balançou a cabeça rapidamente, negando, enquanto seu olhar passava de mim para Marco e depois para a porta, como se calculasse a distância até a saída.
— Não quero perder meu tempo, garoto. Quem está ajudando Juan Carlos? — continuei, cruzando os braços.
— Eu... eu não sei, senhor! Eu juro!
Marco se aproximou, apoiando as mãos nos ombro