Collin Morris
Eu mal conseguia dormir naquela noite. O peso do que estava prestes a acontecer me corroía por dentro. Dois meses haviam se passado desde que nos mudamos para a França, e eu começava a acreditar que, de alguma forma, a vida estava finalmente se acalmando. Manuela estava em um estado de graça maternal – embora as dúvidas sobre a paternidade dos nossos gêmeos ainda sussurrassem nas sombras do meu pensamento, eu tentava ignorá-las e confiar no que via: o amor que brilhava nos olhos dela toda vez que segurava Helena e Caio. Mas aquela sensação tênue de incerteza nunca se dissipara por completo.
Foi numa manhã cinzenta, com o céu carregado de nuvens e o ar úmido, que a porta da nossa casa se abriu abruptamente. Eu estava na cozinha, tentando preparar um café forte para clarear a mente, quando ouvi passos apressados e o som de uma voz áspera que parecia perturbar a paz que eu tanto almejava.
— Collin! — gritou alguém.
O coração acelerou. Eu larguei a caneca e fui em direção à