Capítulo XI - Ariela

Não consegui dormir. Sei que ele me desejou bons sonhos, mas naquela noite, infelizmente, não atendi aquele pedido. Meus pensamentos trabalhavam com uma frequência absurda, trazendo imagens, lembranças de momentos, ligando pontos, criando vínculos. Em um mundo cheio de mulheres, como ele conseguiu se envolver com a melhor amiga dela?

Ela estava lá, acompanhou a dor da minha mãe, viu seu corpo definhando sobre a cama, sendo comido de dentro para fora. Vivenciou o que as sessões agressivas de quimioterapia lhe causavam, o quanto emagreceu e ouviu as confissões da minha mãe, do quanto não se sentia mais mulher para o meu pai.

Não conseguia entender.

Passei a lembrar de todas as vezes em que nos encontramos na casa dos meus pais e ela estava lá, rindo, conversando, brincando com ele como se fossem dois irmãos ou amigos antigos e quando, após a morte da minha m&ati

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