Ângela Souza
O meu coração queima, sinto minha cabeça quente como se tivesse a colocado em brasa. Meus olhos ardem e sinto as lágrimas brotarem, fecho-os imediatamente na tentativa desesperada para impedir que elas continuem. Respiro com força, até meus pulmões ficarem cheios de ar e com passadas largas, ando em direção ao portão, como se ao menos o vazio que me envolve pudesse ser mensurado.
Minhas pernas pareciam que assumiram o controle de todo o meu corpo e me levavam em direção ao lugar que o senhor Alberto estava me esperando, enquanto a minha cabeça começou a dar mil voltas sem fim.
— Senhorita Ângela! — fui arrancada do tormento que me encontrava quando ouvi o som da sua voz. — Está tudo bem?
— Sim, vamos logo para casa.
Entrei no veículo e segundos depois, o homem com as mãos no volante o colocou em movimento. Por mais que tentasse pensar em outra coisa, os últimos acontecimentos martelam em minha cabeça e as lembranças dele sorrindo para aquela desconhecida passam como um fl