— Como assim?
— Você está diferente desde ontem à noite. — Ela hesitou, mas continuou. — Você pode agir normalmente no trabalho, pode fingir que nada mudou, mas eu vejo que algo está te incomodando.Lucas respirou fundo, passando a mão pelos cabelos.— Jordani, eu… — Ele parou, como se lutasse contra as palavras. — Eu não sei como lidar com isso.— Com o quê? Comigo? — Ela o desafiou, cruzando os braços.— Com o que eu sinto por você.O silêncio se instalou. O ar parecia mais pesado entre eles.Jordani piscou, surpresa.— Você sente alguma coisa por mim?Lucas soltou uma risada irônica, balançando a cabeça.— Você acha que eu faria tudo isso se não sentisse? — Ele passou a língua pelos lábios, nervoso. — Acha que eu me importaria tanto? Que eu ficaria tão fodidamente afetado toda vez que você chega perto?Jordani sentiu o peito apertar. Nunca imaginou que ouvir Lucas admitir algo assimA brisa salgada invadia o quarto pela varanda aberta, trazendo consigo o som ritmado das ondas quebrando na areia. A lua derramava sua luz prateada sobre a cama onde Jordani e Lucas estavam, os corpos entrelaçados sob os lençóis amassados.Ele a observava em silêncio, os olhos ardentes percorrendo cada curva, cada detalhe de sua pele quente. Jordani, ainda ofegante, sentiu o arrepio percorrer sua espinha quando os dedos dele deslizaram lentamente por sua coxa, subindo até sua cintura.— Você é perigosa, Tempestade… — Lucas murmurou, a voz rouca, carregada de desejo.Jordani arqueou uma sobrancelha, os lábios se curvando em um sorriso provocante.— E você acabou de se jogar no meio do furacão.Antes que ele pudesse responder, ela inverteu as posições, ficando por cima dele, os cabelos negros escorrendo por seus ombros, roçando o peito de Lucas. Seus olhos âmbar brilhavam na penumbra, e quando suas unhas deslizaram suavemente pelo abdômen d
O sol começava a surgir no horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados e dourados. A brisa salgada invadia o quarto pela varanda aberta, trazendo o cheiro do mar e o som suave das ondas quebrando na areia.Jordani despertou lentamente, sentindo o corpo relaxado, mas ainda sensível ao toque de Lucas. Ele dormia ao seu lado, o braço forte repousando sobre sua cintura, como se recusasse a soltá-la até mesmo em sonho.Ela virou-se devagar, permitindo-se observá-lo por um momento. Os cabelos bagunçados, a expressão serena, os traços perfeitos que pareciam ainda mais irresistíveis sob a luz suave da manhã. Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, e Jordani sentiu um calor diferente crescer dentro dela—algo além do desejo, algo mais profundo, mais perigoso.Mordeu o lábio, tentando ignorar aquele pensamento, e deslizou os dedos suavemente pelo braço dele, sentindo a pele quente sob seu toque.Lucas se mexeu, puxando-a para mais perto, os lábios
Depois de um café da manhã repleto de provocações, Jordani e Lucas foram para a varanda, onde a brisa do mar soprava suavemente, trazendo o cheiro salgado das ondas. O sol já estava alto no céu, aquecendo a pele exposta de ambos.Jordani encostou-se no parapeito, observando o horizonte, o olhar perdido no azul infinito. Sentia-se diferente ali, longe da correria do escritório, longe das regras do contrato, longe de tudo o que os prendia. Apenas ela e Lucas.Lucas aproximou-se devagar, deslizando as mãos pela cintura dela, puxando-a suavemente contra si. Seus lábios roçaram o ombro nu de Jordani, e ela fechou os olhos, permitindo-se apenas sentir.— O que foi, Tempestade? — Ele murmurou contra sua pele.— Nada… — respondeu, mas sua voz saiu mais suave do que pretendia.Lucas deslizou os dedos pelo braço dela, criando um rastro quente.— Não parece “nada” para mim.Ela suspirou, sentindo o peito apertar. Não queria pensar
Depois do pôr do sol, Lucas decidiu que queria fazer algo especial. Não era apenas um jantar qualquer. Não era apenas uma noite comum.Ele queria que Jordani soubesse.Que sentisse.Que entendesse que não era mais um contrato, não era mais um jogo.Era real.Ele preparou tudo enquanto ela tomava banho. Acendeu velas na varanda, deixando a mesa iluminada apenas pela chama bruxuleante e pela lua cheia no céu. O barulho das ondas ao fundo criava a melodia perfeita, e o vinho já estava servido em suas taças.Quando Jordani apareceu, usando um vestido leve que moldava seu corpo perfeitamente, Lucas sentiu o ar escapar de seus pulmões.Ela parou por um momento, observando o cenário, surpresa.— O que é isso? — perguntou, um pequeno sorriso nos lábios.Lucas aproximou-se, estendendo a mão para ela.— Um jantar para nós.Jordani aceitou sua mão e sentou-se à mesa. O clima estava diferente. Ain
O som dos saltos de Jordani ecoava pelo corredor da empresa, em sintonia com o bater das portas e o burburinho da manhã. Ela estava elegante como sempre — cabelo preso em um coque firme, maquiagem impecável, e uma expressão que misturava segurança e mistério.Lucas vinha logo atrás, de terno escuro e olhos atentos, mas havia um detalhe que ninguém deixava de notar: o sorriso dele, ainda que discreto, tinha algo diferente. Algo… apaixonado.Ao passarem pela recepção, os olhares se voltaram sutilmente para eles. Comentários silenciosos, sorrisos trocados. Algo estava no ar.Assim que entraram na sala de reuniões para uma conferência com os diretores, Jordani já sentiu a tensão velada. Bitra Miller estava entre os presentes, com uma postura impecável, mas os olhos afiados cravados nela.Lucas percebeu, e por um breve instante, seus olhos e os de Bitra se encontraram. A frieza dele foi nítida. Bitra engoliu seco.A reunião prosseguiu, e Jordani se manteve profissional, como se a noite ant
As luzes da cidade dançavam refletidas no vidro do escritório enquanto Jordani mantinha os olhos presos à tela do computador. Os dados do garoto Ian estavam ali — cada vez mais evidentes, cada vez mais parecidos com os fragmentos de lembrança que ela mal conseguia nomear.Mas naquela noite, algo estava diferente.Ela levou a mão à testa. Um leve enjoo subiu de repente, junto a uma vertigem passageira. Suspirou fundo, tentando afastar o mal-estar.— É só o estresse, pensou. Tenho dormido pouco, comido mal. É natural…Mas aquela sensação persistia há dias. O cheiro do café, que ela tanto amava, agora a incomodava. E pela terceira manhã consecutiva, acordara com náuseas. Não queria pensar demais sobre isso. Não agora.Ainda assim, algo sussurrava dentro dela. Um instinto primitivo. Algo que seu corpo já sabia… antes mesmo que ela aceitasse.Enquanto isso…Lucas observava o relatório de Jin Ho em silêncio. O nome da clínica
— Vamos fugir daqui? — Lucas perguntou de repente, pegando Jordani de surpresa enquanto ela digitava, concentrada, no laptop.Ela arqueou uma sobrancelha.— Tipo… sumir?— Tipo dar uma escapada da rotina. Só hoje. Você tá pálida, eu tô mal dormido… a gente precisa respirar.Ela hesitou por um instante. Estava com mil coisas na cabeça: o bebê, Ian, Yamazaki, Kyra. Mas quando ele estendeu a mão e sorriu daquele jeito que só ele conseguia sorrir — aquele meio riso torto que parecia prometer o mundo —, ela simplesmente disse:— Tá. Vamos fugir.Mais tarde, na estrada litorânea…Eles pararam em uma cidadezinha charmosa, cheia de casinhas coloniais, feiras de rua e cheiro de comida boa no ar. Lucas levou Jordani para almoçar num restaurante com mesas na varanda, vista para o mar.Eles comeram camarão, riram de um garçom estabanado, experimentaram entradas diferentes e, quando o garçom ofereceu o vinho da casa, Lu
2 semanas depois …O apartamento alugado por Lucas estava silencioso, exceto pelo zumbido distante do ar-condicionado. Do lado de fora, o céu de São Paulo estava encoberto. Chovia fino, como se o tempo também soubesse do peso daquela reunião.Bruno chegou primeiro. Alto, de fala arrastada e olhar atento. Jogou a jaqueta molhada sobre a cadeira e abriu a pasta com documentos.— Tem coisa estranha rolando por aqui, Lucas. A casa escondida que vocês encontraram? Está em nome de uma empresa laranja, que já foi vinculada a transações com a Yamazaki BioSystems. Nada direto, claro. Mas as coincidências… estão ficando grandes demais.Lucas assentiu. Os olhos estavam mais fundos nos últimos dias. A paternidade, o bilhete ameaçador, o medo constante — tudo o consumia.Minutos depois, Jin Ho entrou. Vinha do Japão, direto do aeroporto, e mesmo exausto, parecia alerta. Trazia no bolso interno do blazer um pendrive. E no olhar, uma verdade desconfortá