Ela respirou fundo, e as palavras começaram a sair, tímidas no início, mas ganhando força à medida que a compreensão de Victor se tornava notável.
— Fui roubada — começou ela, a voz embargada. — Levaram tudo. E estou desempregada, sabe? Sem conseguir nada há meses.
Contou sobre a energia cortada, a humilhação do jantar desastroso e a decisão desesperada de procurar um agiota. Revelou o peso dos juros exorbitantes e a busca incessante por um emprego, entregando currículos e mais currículos, sempre sem sucesso. A cada palavra, Miranda sentia uma parte do fardo ser aliviada pela escuta atenta de Victor. Ela era muito reservada e solitária, sem amigas para desabafar.
Ele ouviu tudo sem interromper, com a expressão compassiva. Quando ela terminou, um sorriso gentil iluminou seu rosto.
— Posso te ajudar com isso — disse ele, a voz firme e solidária. — Tenho alguma experiência em RH e posso dar uma olhada no seu currículo, melhorar ele para você. Tenho certeza de que podemos deixá-lo mais at