Ela o olhou indiferente, sem se sentir intimidada
— Você não tem o direito, de mexer nas minhas coisas.
— Se coloque no seu lugar.
— Só peguei um salgadinho e um chocolate, pra comer no caminho e dividir com o meu irmão.
— Vai começar a me revistar agora?
Ele sempre estava sério, com o mesmo olhar misterioso sombrio, por mais que seu tom de voz, variasse. Foi esvaziando a mochila, colocando tudo no balcão: uma apostila de matemática, dois cadernos, estojo, uma troca de roupa. Quando foi folhear um caderno, ela largou as verduras às pressas
— Não pode fazer isso.
Se aproximou literalmente correndo, tentou pegar, ele apenas levantou a mão impedindo
— Na minha casa, posso fazer tudo o que eu quiser.
— E você sabe, como eu sou.
Começou a folhear
— O que quer esconder?
— Notas ruins?
— Você vai à escola pra que?
— Há semanas, meses, não copia nada, como vai passar de ano dessa maneira?
Ela começou a guardar tudo na mochila com raiva
— Não vou passar, nem ter um curso superior.
Ele estava o