O "estranho" se tornou meu ex-marido.
O "estranho" se tornou meu ex-marido.
Por: Criselen
Capítulo 1. Aline

— Nem se você fosse a última mulher da face da terra eu não iria querer ter relação com você, a única coisa que consigo sentir por você é nojo e nada mais.

Essas foram as palavras que eu ouvi do meu tão sonhado marido. Desde muito cedo me apaixonei por ele. Conheci Murilo quando eu ainda tinha meus quinze anos e ele sempre foi o melhor amigo do meu irmão. Os dois eram muito colados e cada um deles tinha uma namorada, mas também nos seus dezenove anos é esperado que eles namorem bastante.

Nossas famílias fazem parte da máfia, e meu marido estava para se tornar o subchefe da máfia Carleones, porém Murilo deixou para trás todos os benefícios que teria como subchefe da nossa família, e fugiu com uma amante. E ainda me deixou plantada na igreja esperando por ele, quando fomos realizar nosso casamento no religioso, já que no civil nossos pais cuidaram de tudo e só precisamos assinar o papel no cartório. Assim eu me tornei uma mulher casada e, ao mesmo tempo, largada pelo marido antes mesmo de vinte quatro horas.

Já tem mais de quatro anos que Murilo foi embora e claro que não tem cinco anos que ele pisou aqui, porque ele sempre vem visitar os pais, e como ele abriu mão do seu cargo de subchefe, o novo Don o perdoou, o que significa que ele pode voltar para visitar seus parentes.

Assim que eu ficava sabendo que ele estava aqui, eu me trancava e não saia nem do meu quarto, só para não correr o risco de eu, vê-lo com ela. Sei que todo o sentimento que eu sentia não existe mais, e por causa dele, minha vida foi destruída. Eu passei um ano sendo criticada, com frases do tipo: "que se meu homem me largou isso significa que eu não prestava". Parece que ninguém nunca viu que seria ele que não valia nada, afinal me deixou no altar com cara de tacho, isso tudo para fugir com outra que não valia nada. Digo isso porque assim que ele sumiu eu descobri que ela já transou com a maioria dos soldados e só Murilo que não enxergava isso.

Meu irmão também se casou e ele é outro que parou de falar comigo. Ele sempre ficava jogando na minha cara que era minha culpa o seu amigo ter ido embora, que ele preferia que eu fosse embora e que nunca mais voltasse. O que eu podia fazer? Além de chorar e suplicar para que ele e o papai me odiasse menos, mas infelizmente minhas orações nunca foram atendidas. Quando eu falava que queria me divorciar, eu apanhava e chorava de tanta dor, e maior ainda pela humilhação, e acabava dormindo. Quando acordava minha mãe estava ao meu lado me pedindo perdão por ser fraca, por não me defender quando isso acontecia. Mas eu entendo que ela não tinha culpa.

Fiz faculdade de direito e quando faltava um mês para eu me casar foi justamente quando eu fui deixada no altar, e após uma surra que levei do meu pai, porque infelizmente ele acreditou no que o povo falou, para me humilhar ainda mais ele ainda me fez fazer um exame para comprovar que ainda era virgem. Depois que toda a sua raiva passou, ele não permitiu que eu saísse de casa. A minha sorte era que as minhas notas eram boas e eu me formei mesmo sem precisar ir à formatura, além disso, o reitor da faculdade é amigo do antigo Don, e após uma conversa entre eles, o reitor esqueceu facilmente minhas faltas, permitindo que eu concluísse o curso.

Eu tenho um grupo de amigos da faculdade que também fazem parte da máfia, e tem o Lucca que sempre foi apaixonado por mim. Ele me deu a ideia de que quando completasse cinco anos de casamento eu poderia pedir anulação já que não houve consumação, e mesmo todos sendo contra eu conseguiria e era isso que estava fazendo. Como só faltavam alguns dias para cinco anos de casamento, irei me encontrar hoje com o Don e sua esposa para informá-los que eu vou pedir a anulação e vou cortar todos os meus laços com eles e ir embora para outra cidade ou até mesmo para um país diferente e ficar o mais distante de todos. Tudo que esse povo faz fede, eles têm podridão em suas almas. Faz cerca de um ano que saí da minha casa e cortei todos os laços com minha família. Quando nos vemos, fingimos que não nos conhecemos quando nos vemos na rua.

Olho-me no espelho novamente e vejo que minha roupa está comportada para um visita ao Don, e saio da minha casa em direção a casa dele, e ao caminhar pelas ruas, ainda hoje sinto os olhares desse povo arcaico em mim. A vila onde moramos é toda da máfia, só que o todos de fora acham que neste lugar era apenas um condomínio. Caminho mais um pouco sentindo o olhar de cada pessoa que passa por mim até chegar a frente da casa do Don e os soldados liberam minha entrada dizendo que o chefe esta me esperando em seu escritório. Entrei, e fui direto para seu escritório onde todos os que estão na sala me olham como se eu carregasse uma melancia no pescoço, mas finjo que não os vejo e caminho até a porta do seu escritório.

Eu bato na porta e escuto a voz do Don pedindo para eu entrar.

— Boa tarde, Don! Boa tarde, Sônia! — Digo cumprimentando-o e sua esposa, virei meu rosto para o lado e vi meu irmão e sua esposa no escritório também. — Boa tarde, Rael... Manuella. . — Fingi educação, pois não fui até lá comprar brigar com ninguém.

— Boa tarde, Aline! Pode se sentar aqui. — O Don diz apontando para a cadeira a frente de sua mesa.

Eu aceno e me sento a sua frente.

— Então, Aline, ao que devo à sua visita aqui? — O Don me perguntou.

E no momento em que eu iria responder escutei o barulho da porta se abrindo e pode ser ouvir passos firmes pelo escritório. O Don pediu para a pessoa entra e se sentar ao lado do meu irmão, meu coração acelerava a cada passo que era dado pela pessoa “desconhecida”.

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