Assim que estacionei na escola da minha filha, vi Ramón encostado no seu carro e fui ao seu encontro.
— O que faz aqui?
— Calma, An. Eu vim em paz.
Ele levantou as mãos para o alto.
— Você e paz não combinam na mesma frase.
Ramón deu um sorrisinho de canto e revirei os olhos à procura de Priscila.
— Cadê a puta-mor?
— Está resolvendo assuntos dela, vim aqui pegar minha filha para tomar sorvete. — O encarei por algum tempo. — Por que está me encarando assim?
— Me responde uma coisa, Ramón. Por que você quer tanto ser o pai da minha filha?
— Eu não quero ser, eu sou o pai dela, An. Só acho que já que temos uma filha, não faz sentido ficarmos separados. Afinal, você mesmo dizia que fomos feitos um para o outro.
— Isso foi antes de descobrir quem você realmente é, Ramón. Suas palavras mansas não me enganam mais. Eu sofri um inferno com você, e você se aproveitou do fato de eu te amar de verdade e não ter uma família para me apoiar, mas eu não sou mais aquela pessoa ingênua que cai em meia