132. Vozes estrangeiras e o triunfo da alma artista
A decisão de criar sua própria exposição foi o catalisador que transformou a frustração de Laura Calegari em uma energia criativa avassaladora. Ela não estava mais sozinha em sua invisibilidade; havia outros como ela. Artistas estrangeiros em Berlim, cheios de talento e de histórias para contar, mas que esbarravam na frieza de um mercado de arte que, por vezes, parecia valorizar mais os conceitos da moda do que a emoção genuína.
Laura, com a ajuda de Leo, começou a se conectar com essa comunidade. Conheceu Javier, um escultor espanhol de temperamento passional, cujas obras em metal reciclado pareciam gritar contra as injustiças do mundo. Fez amizade com Yumi, uma fotógrafa japonesa silenciosa e observadora, que capturava a melancolia poética dos cantos esquecidos de Berlim. E com outros, formaram um pequeno coletivo, um grupo de "Vozes Estrangeiras", como decidiram batizar sua futura exposição.
A jornada para montar o evento foi um exercício de pura resiliência e colaboração. Sem o ap