Capítulo 97 —Ética
Narrador:
Depois de comer, eles caminharam até a piscina. A lua pintava a água com reflexos prateados e o ar cheirava a verão. Eles se deixaram cair nas espreguiçadeiras, deixando seus celulares na mesa que os separava, ela esticando as pernas e ele recostando-se com uma calma que era pura aparência, porque seus olhos não se afastavam dela nem por um segundo. Cleo sentiu aquele olhar fixo e direto, que a desnudava mais do que qualquer mão, e inclinou a cabeça.
— Por que você está me olhando assim? — perguntou ela, com um meio sorriso, como se não quisesse dar a ele muito poder sobre sua reação.
Nerón não desviou o olhar nem por um instante.
— Eu daria qualquer coisa para saber o que você está pensando neste momento.
Ela soltou uma risada suave, quase zombeteira.
—Você? O homem com mestrado em ler as pessoas? Aquele que usa essa habilidade para destruir testemunhas em interrogatórios... você está me dizendo que não consegue me ler?
Ele negou lentamente, com uma expres