CLARA
Acordei naquela manhã com uma sensação estranha, como se algo estivesse fora do lugar. O ar na casa parecia pesado, opressor. Henrique já havia saído, como fazia quase todos os dias agora, e a casa estava quieta demais. Silenciosa demais.
Levantei-me, ainda sentindo o peso do cansaço e da tensão acumulada nas últimas semanas. A constante vigilância, o medo de que algo pudesse acontecer a qualquer momento... era como se eu vivesse em um estado de alerta permanente. Tudo o que eu queria era normalidade, um retorno à vida que tínhamos antes desse pesadelo começar.
Eu estava prestes a chamar Sofia para o café da manhã quando ouvi um barulho na porta da frente. Um clique, suave demais para ser um erro.
Meu coração disparou. Quem estava ali?
Parei no meio da sala, o corpo congelado pelo medo, e, sem pensar duas vezes, corri em direção ao quarto de Sofia. Quando abri a porta, ela ainda estava dormindo tranquilamente, sem a menor ideia do que estava acontecendo.
Eu me aproximei dela, pe