Valentina sentia o gosto do pecado nos lábios. Ainda conseguia sentir o calor de Gabriel, a forma como ele a segurara, como se o mundo inteiro dependesse daquele beijo. Mas agora, no silêncio de seu quarto no convento, tudo parecia errado.
Ela se ajoelhou diante do crucifixo na parede, as mãos trêmulas.— O que eu fiz? — murmurou, fechando os olhos com força.O peso da culpa pressionava seu peito. Passara anos se dedicando à vida religiosa, lutando para ser uma mulher íntegra, e agora… Um único beijo tinha colocado tudo em dúvida.No entanto, mais do que a culpa, o que a assustava era outra coisa.Ela queria mais.•••Na manhã seguinte, Valentina evitou olhar para qualquer pessoa. A madre superiora notou seu silêncio, mas não questionou. Talvez pensasse que era cansaço, talvez sentisse que algo estava errado.Mas Gabriel não a deixaria fugir tão fácil.Quando Valentina saiu para inspecionar as reformas