Achar outra agĂŞncia que pudesse organizar um desfile de Cast em poucas horas para o comando de Laissa Chase nĂŁo era difĂcil. Todos gostariam de ter aquela mulher associada Ă sua agĂŞncia. Marcou os horários e escolheu a dedo os homens que podiam participar tal como dona da linha e antes do horário estava no restaurante preferido de sua chefe esperando pelo almoço.
Sentou na mesa Ă espera de mais uma pessoa e agradeceu aos cĂ©us quando Mason sentou em sua frente. NĂŁo desviou o olhar do celular, embora estivesse tudo marcado, para Laissa estar presente precisava de uma boa iluminação, petiscos que ela ficasse bem, e o hotel teria que estar do seu agrado. Ah, trabalhar para aquela mulher era um luxo e uma desgraça, tudo na mesma intensidade. — Jason nĂŁo sabe que vocĂŞ está aqui, nĂ©? – Passou a página da sua agenda vermelha, todos os horários de Laissa precisavam estar organizados. — Claro que nĂŁo. Disse que iria procurar por um curso aqui no centro. – Mariane revirou os olhos dando um mero sorriso. — E como vĂŁo ser as coisas? — Pedi para te encontrar aqui porque Ă© onde vou ficar mais tempo para esperar o almoço dela – Mason olhou ao redor, o lugar era chique e bem movimentado, no entanto, as pessoas notavelmente eram de um nĂvel acima das estrelas? — Tudo bem. Eu preferia que tivesse me ligado. – Mariane o olhou pela primeira vez naquela tarde. Queria se arrepender de ter que levar Mason sĂł em vĂŞ-lo usando o uniforme escolar. — Já vou te adiantar que nada será como vocĂŞ quer, Mason Price. As 20hs um carro vai estar na esquina do bar, vou mandar a placa por mensagem. Ele te levará para um hotel e desse hotel o seu destino Ă© a cobertura. — A cobertura? Ela Ă© mesmo bem rica – Mariane desceu uma sobrancelha. — VocĂŞ nĂŁo conhece Laissa Chase? – O garoto deu de ombros. Mariane quis desistir novamente porque nĂŁo era possĂvel. NĂŁo sabia ao certo quem iria morrer, o Mason? A Laissa por nĂŁo ser conhecida por aquele idiota? Ela por mandar um IDIOTA PRA CAMA COM UMA MASOQUISTA? Talvez ele nĂŁo saber quem era Laissa Chase, deixaria as coisas ainda melhor. Ele entraria para um mundo que provavelmente nĂŁo conhecia, mas podia se apaixonar pelo dinheiro fácil… e a quantidade chamava muitos para aquele ramo. No entanto, poucos aceitavam ficar por muito tempo. — A partir do momento em que as portas se fecharam com vocĂŞ dentro da cobertura, Mason vocĂŞ terá que fazer tudo que aquela mulher mandar. Ela está pagando, entĂŁo sua missĂŁo Ă© apenas obedecer sem questionar. Sem dizer uma palavra sequer, entendeu? – O garoto assentiu — Fala se ela quiser que fale e faça um Ăłtimo trabalho na cama… quem sabe assim, possa distrair ela por uma noite enquanto procuro outro. — VocĂŞ nĂŁo confia em mim? – Quis rir. NĂŁo verdade nĂŁo iria julgar um Price e sua performance na cama, Mason e Jason eram seus irmĂŁos postiços entĂŁo havia certo respeito por serem sua famĂlia, contudo, Jesse, Mike, Micon dentre outros Price nĂŁo entravam na sua lista de respeito, mas estavam listados como “fui pra cama e graças a jashin me comeram bem”. Mason era alto, com braços grossos, maiores que suas coxas e a costa larga tĂŁo como o tronco definido, certeza que Laissa iria se impressionar com o corpo, o cabelo bem cortado, o rosto delicadamente másculo com expressões sĂ©rias puxadas do senhor Liam muito com cara de mal. EntĂŁo estava tudo certo. — Confiar, confiar nĂŁo confio. Mas nĂŁo se preocupe porque seu desenvolvimento hoje sĂł está em risco meu trabalho, contas e de mim contar para o Jason que vocĂŞ me procurou para virar um prostituto. – Mason entreabriu os lábios, chocado. — E claro, um bĂ´nus em uma alta quantia de dinheiro. Eu adoro essa parte. — VocĂŞ virou o satanás. — Ah Mason, vocĂŞ nĂŁo conheceu o satanás ainda. Mas vai, hoje a noite. — O que? – Mariane levantou indo em direção a sua encomenda e Mason a seguiu. Foi em silĂŞncio ao seu lado atĂ© o carro onde o motorista já lhe esperava. — Te mando mais detalhes depois. E seja feliz. — Obrigado – devolveu o cumprimento com certo nojo do deboche dela, mas tudo bem, nĂŁo ia surtar. Voltou para o bar do seu irmĂŁo, onde foi recebido pela primeira com tudo organizado. Isso era um milagre, desde que começou a trabalhar ali. — Mason, chegou. E o curso? Achou? – Encontrou Jason na cozinha, cortava seus temperos para mais tarde. AlĂ©m do bar serviam jantares a qualquer hora, o que lhe trazia ainda mais clientes quando queriam jantar fora de casa ali no bairro. — Ah, engenharia mecânica parece bem legal. NĂŁo que eu consiga fazer – mentiu e sentou na cama tentando pegar uma fatia de tomate e foi ameaçado com uma faca. — A mamĂŁe ligou hoje cedo – Mason quis sorrir — Apenas mandou dizer para vocĂŞ se cuidar. Se nĂŁo conseguir terminar a escola esse ano, possivelmente ano que vem vocĂŞ pode começar. — É sĂ©rio? Ela nĂŁo vai se importar comigo? — VocĂŞ sabe como nossos pais sĂŁo. Me expulsaram de casa quando descobriram que eu era gay e cortaram os laços quando aquele vizinho fofoqueiro contou que eu estava… – Se calou no meio da explicação, aquilo foi o fundo do poço para sua vida — enfim, vocĂŞ sair do futebol e nĂŁo passar em nenhuma faculdade trouxe vergonha a glamurosa famĂlia Price. Ela nĂŁo vai passar a mĂŁo na sua cabeça. — Eu nĂŁo achei que ela seria assim. — A senhora Price obedece o seu pai como uma boa esposa de mil anos atrás. – Mason deitou na mesa. Se ser expulso de casa e humilhado pelo pai era ruim, imagina ser abandonado pela mĂŁe que cuidava de si com tanto amor. — Eu posso pagar esse curso pra vocĂŞ. — O que? NĂŁo – Se endireitou na cadeira — nĂŁo quero que faça nada agora, vocĂŞ já disse que vai pagar a escola… – Suspirou desviando o olhar — O curso já seria demais e o seu noivo? O que iria dizer? — Polo está de acordo. Disse que te ajudaria se precisasse tambĂ©m. AtĂ© falou que estavam precisando de gente no aquário. Abriu vagas para alimentar os animais. — Que animal? – Jason deu as costas para a pia. — Tigres – Respondeu calmamente. — E porque abriu vagas especificamente para alimentar tigres? — Porque o Ăşltimo serviu de petisco – Mason levantou o mais calmo possĂvel procurando um avental — Limpar o bar nĂŁo parece tĂŁo ruim agora nĂ©? Era a pior coisa do mundo, porĂ©m, entre limpar um bar e alimentar um tigre ou ser o prĂłprio alimento do mesmo, o bar era o de menos. Mas naquele dia havia algo especial que sentia no fundo do coração que aquele nĂŁo seria seu destino para sempre. Conseguiria aquele bico e daria o seu melhor. Se em uma noite conseguisse o valor de um carro, podia pagar sua escola, cursos, a faculdade, todas as suas contas e atĂ© Jason . NĂŁo dependeria de ninguĂ©m e esfregaria na cara de Liam que nĂŁo precisava dele pra nada. E pensando nisso, sacou o celular procurando saber quem era Laissa Chase, e para seu azar, nĂŁo havia nada especificamente da mulher alĂ©m de mencionar o quanto era rica, herdeira, inteligente e extremamente exigente. Mas isso nĂŁo era da sua conta, o mais importante era sua beleza, o que nĂŁo conseguiu saber uma vez que todas as fotos um chapĂ©u de abas longas e Ăłculos sempre cobriam seu rosto, roupas de grife, luvas e jĂłias brilhantes… ela seria feita apenas disso? Trinta e dois anos… NĂŁo era uma mulher velha, mas tambĂ©m nĂŁo era nova, o que queria dizer que havia experiĂŞncia sexual de anos. E ele nĂŁo podia passar vergonha… E nĂŁo ia. — Mason – O garoto saltou pelo susto e encarou o irmĂŁo — Recebi esse e-mail da sua escola – o menor pegou o celular quase perdendo o fĂ´lego atĂ© ter o boletim pĂ©ssimo em seu nome — sem o futebol suas notas voltam a ser de um aluno idiota qualquer. — Se antes eu nĂŁo conseguia passar pra uma faculdade, imagina com isso aqui? – Olhou para o outro, totalmente em desespero. — Vai pra casa, eu me viro aqui. – Mason apenas jogou a vassoura de um lado e tirou o avental — E vai estudar.