O céu tingido de laranja anunciava o fim de mais um dia quando Elisa, de pés descalços e vestido leve, caminhou pela areia da praia em frente à casa. O vento suave bagunçava seus cabelos enquanto o mar sussurrava segredos antigos. Era a véspera de seu casamento, e apesar da serenidade do momento, seu coração pulsava como um tambor apressado.
— Fugindo da noiva? — Rafael perguntou, se aproximando com duas taças de vinho tinto nas mãos.
Ela sorriu, aceitando a taça.
— Tentando respirar. Amanhã… tudo muda.
— Já mudou, Elisa. Desde o dia em que você me deixou entrar de novo na sua vida.
Ela olhou para ele, aquele homem alto, de ombros largos, com a barba por fazer e os olhos castanhos que, mesmo depois de tantas decepções, ainda sabiam amá-la como ninguém.
— Você tem noção de como me quebrou? — ela perguntou, com a voz embargada. — E de como está me juntando aos poucos?
— Tenho. E por isso, cada dia que acordo ao seu lado é um pedido de perdão disfarçado de carinho.
Eles se sentaram na ar