240. UMA HISTÓRIA TRÁGICA
VICTORIA
Percebi na hora: se não pisasse em ovos, seria incriminada pela morte da criada.
—Olá, Sr. Fenir, vim devolver à Celia uma peça de roupa que ela me emprestou ontem à noite —disse, mostrando meu melhor sorriso falso.
—Mas ela não está, nem a criada dela. Encontrei a porta aberta… que descuido —falei o mais alto que pude, até abri mais a entrada.
—E costuma entrar nos quartos sem o dono estar presente? —ele ergueu uma sobrancelha com uma careta de desprezo.
No fundo dos olhos dele, dava pra ver o nojo que sentia por mim.
Mas só o fato de não demonstrar isso abertamente, e fingir tão bem, me dizia que eu tinha que tomar muito cuidado com esse homem.
—Bom, o Lorde me pediu ontem à noite pra me dar bem com Celia. Ele a considera uma irmã. Só tô seguindo ordens —respondi saindo pro corredor.
—Se quiser revistar, olha, não tô carregando nada —girei o corpo, mexendo o vestido.
Me acusar da morte daquela garota era absurdo.
Não só não tinham provas, como eu tinha passado todo o tempo