Enquanto ela comia, observei seu olhar percorrer o ambiente e percebi como seus olhos se detinham em certos detalhes: os produtos de banho infundidos com pedra da lua no banheiro, a marca específica do chá de fruta da Lua que ela preferia e os livros na estante que coincidiam com seus gostos.
Eu havia preparado aquele lugar para ela, para nós, como um recomeço…
Depois do jantar, ela se levantou de repente.
— Vou tomar um banho.
Assenti, aliviado por vê-la ao menos cuidando de si.
— Há toalhas limpas no banheiro.
No silêncio de sua ausência, caminhei de um lado a outro da sala com meu lobo inquieto sob a pele, pois eu queria, precisava, me reconectar à minha companheira, mas o ódio dela erguia uma barreira entre nós que parecia intransponível.
Logo, ela deixou o banheiro enrolada na toalha, com os fios ainda pingando, e cruzou por mim sem sequer erguer os olhos, enquanto eu a acompanhava até o quarto, onde se deitou fingindo resignação, com os olhos bem cerrados.
— Seu cabelo ainda está