LADY SOPHIA DURÁN
- Logo estaremos juntos, confio em você meu amor!
Papai fala me abraçando, estou indo a Inglaterra onde me casarei com um prestigiado marquês, o casamento foi acertado por meu pai, nunca o vi pessoalmente, mas ele me viu em um evento real a três anos e desde então tem acertado meu casamento com meu pai, sei que meu pai está fazendo o melhor para meu futuro, tudo que eu espero é que meu futuro marido seja um homem honrado e bondoso, se não for pedir muito seja também bonito.
- faça uma boa viagem querida!
A princesa Marla minha madrasta também se despede, olho para ela e vejo seu esforço para sorrir, seu casamento com meu pai é bastante conturbado, ela não pode lhe dar um filho e isso é motivo de descontentamento do meu pai, me tornando sua única filha.
Baús com minhas roupas e inclusive meu vestido de noiva já estão no carro, o vestido precisa passar por alguns ajustes e o farei quando me acomodar na Inglaterra, minha babá Judith também já me aguarda no carro, a principio iremos nós duas, papai e a princesa Marla tem algumas obrigações reais a cumprir antes de viajarem e não podem ausentar-se do reino por tanto tempo, eles chegaram dez dias antes do meu casamento.
O carro chega no porto, meus pertences são acomodados no navio que nos levara até a Inglaterra, Judith e eu também somos recebida pelo capitão que nos passa algumas normas do navio e depois nos acomodamos, vamos dividir a mesma cabine, o espaço é confortável com duas camas próximas da outra.
Meu pai me garantiu que a viagem é segura e calma, estou sendo escoltada por quatro guardas reais, sempre que viajo de navio tomamos cuidado com os piratas, são ladrões cruéis, assassino frios sem honra ou escrúpulos, por essa banda não se tem relato de ataques piratas
- Ju, se eu não gostar do Marquês Dionizio?
Pergunto insegura.
- seu pai a ama filha, não a entregaria a uma pessoa ruim, tenho certeza que tudo se passará muito bem.
Minha babá fala e ela está certa, meu pai tem um gênio difícil e mesmo com toda sua dureza sei que ele me tem amor. Quando o navio parti da Espanha me levando ao o lugar onde será meu novo lar, como Lady filha do príncipe Thomas Durán e enteada da princesa Marla tenho muitos privilégios, já viajei a vários países, mas sempre a passeio ou algum evento que envolvesse a familia real, agora era diferente, estava indo a terra que seria meu novo lar, a Inglaterra é um lindíssimo lugar, mas nunca me vi saindo da Espanha de forma definitiva, aqui sempre foi e será meu berço.
A viagem duraria por volta de vinte dias, dependeria muito do vento, seria uma viagem longa e cansativa, quando chegasse na Inglaterra me hospedaria na casa da irmã do Marquês Dionizio, a honra e reputação de uma dama é o que há de mais importante, por esse motivo não poderia dividir a casa com meu futuro marido sem ainda está casada, a irmã do Marquês me receberia e me auxiliaria em tudo até o dia do casamento e isso já estava acertado.
O primeiro dia de viagem foi tranquilo, não se tinha muita coisa a se fazer então gostava de ficar a proa do navio observando a imensidão do mar, também estava me habituando a viver dentro do navio, por mais confortável que fosse era bem precário comparado ao quarto confortável que tenho no castelo, meu quarto era praticamente do tamanho desse navio inteiro, trouxe comigo alguns produtos pessoais como minha colônia preferida, cremes e óleos, trouxe poucos vestidos, também trouxe joias, mas poucas, só o suficiente para chegar bem apresentável diante do meu noivo, minhas joias, vestidos de luxo e tudo que fosse meu seria entregue posteriormente em um navio devidamente escoltado.
Era noite, estava deitada lendo um livro que trouxe para passar o tempo, Judith estava ao meu lado costurando uma roupa que tinha rompido quando escutamos um estrondo.
- você ouviu isso?
Pergunto me sentando na cama em alarme.
- ouvi!
Dai vários e vários estrondos se é ouvido.
A porta é aberta abruptamente e vejo o capitão colocar a cabeça dentro da cabine e falar potentemente:
- Não saiam da cabine, estamos sendo atacado, malditos piratas!
A porta é fechada e nunca sentir tanto medo na vida, piratas! Desço da cama e me encolho no canto abraçando minhas próprias pernas, todas as historias que ouvir sobre piratas é horripilantes, barulhos torturantes de tiros e gritos são ouvidos por longos minutos, até que tudo fica em silêncio total.
- os piratas já devem ter ido embora ou morrido!
Digo confiante, mas antes que me levante a porta é colocada a baixo, a primeira coisa que vejo é um par de botas marrons enormes, subo os olhos e me deparo com um homem alto, muito alto, a verdade é que ele é enorme, sua camisa de seda branca mostra o quanto é forte e largo, seus dedos estão com anéis grossos em todos os dedos, em seu rosto tem um pano preto me impedindo de vê-lo, deixando apenas exposto um devastador olhar azul, seus cabelos lhe tocam o ombro e tem uma tonalidade branca, o homem é assustador:
- não me machuque!
Digo vendo uma espada presa a sua calça e um revolver em sua mão.
- não leve a menina.
Judith fala e só então ele parece notar a presença dela, mas ele a ignora e caminha até mim fazendo o barulho de suas botas ecoar por toda cabine.
- não me toque seu pirata cruel!
Falo desesperada.
- não lute, venha comigo e polparei a vida dessa velha.
- My lady!
Judith fala quase chorando e isso me corta o coração, maldito pirata aponta o revolver em direção de Judith e não tenho escolha, não deixaria minha babá morrer assim, foi Judith quem me criou, me deu amor de mãe eu lhe tenho muito amor, por isso me rendo de imediato, não arriscaria sua vida, me levanto e começo a andar vagarosamente temendo por minha própria vida agora, sou abrigada a entrar no navio do inimigo, ele me amarrou e sentir seus olhos fixos em mim todo momento, em seguida fui trancada dentro de uma cabine escura, ali desabei e comecei a chorar de puro pavor, não sabia qual seria as intenções do pirata para comigo, se ele me mataria ou abusaria de mim, eu preferia a primeira opção pois a segunda acusaria minha maior ruina.