Capitão Ícaro

DEZ ANOS DEPOIS...

- Você precisa se acalmar Ícaro, eu posso te ajudar com isso!

Glayce se aproxima de mim, estou sentado em minha mesa de madeira na sala do meu escritório dentro do tempestade meu navio, estamos navegando no Atlântico.

- tudo vai sair como planejado.

Grayce fica entre as minhas pernas e me beija, ela é uma mulher linda com um corpo voluptuoso, cabelos longos negros lhe chegam as costas, sua pele bronzeada, uma pirata de nascimento, seu pai foi um bom amigo mas faleceu, desde então Grayce virou uma tripulante do meu navio, por anos ela foi minha amante, uma das muitas que aqueceram minha cama fria, mas a alguns meses tenho evitado contato íntimo com Grayce, isso pode atrapalhar meus planos, quando estou em terra firme continuo a fazer sexo de uma noite com garotas que nunca mais verei um dia, mas Grayce é diferente, ela faz parte da tripulação, ter uma relação fixa com uma mulher pode por tudo a perder, eu esperei dez anos por esse momento, dez longo anos me alimentando de ódio e vingança.

Fiz meu corpo moradia do diabo, foi a única forma que encontrei de sobreviver, não importava o que precisasse fazer, eu faria tudo que estivesse ao me alcance para conseguir vingar a memoria de quem tanto amei, não me importaria com honra, fui um homem horado por longos anos da minha vida e isso nunca me levou a lugar algum.

Sinto as mãos de Grayce tentar desabotoar minha camisa.

- Não Grayce!

- Ícaro por favor, me permita acalmar seus demônios...

a ouço sussurrar beijando meu pescoço, com sua boca contra minha pele.

- NÃO!

Falo mais duro, interrompendo o beijo.

- tudo bem capitão, se quer assim, essa madrugada seu novo brinquedinho chega.

Grayce diz magoada e se vai, ela sabe dos meus planos, mas não os motivos dele.

Essa é uma das muitas noites que preciso de minha companhia fiel, minha boa e reconfortante garrafa de Brandy*, a bebida sempre me deixa esperto e pronto a enfrentar as maiores batalhas, essa noite seria impossível dormir, meu navio está se aproximando da Espanha, ficarei num ponto estratégico, quando o navio que eu espero, passar, os atacaremos de surpresa, um navio repleto de ouro, pratas, dinheiro e objetos de valores, nada disso me interessa, eu já tinha fortuna em excesso acumulada, o que eu queria nesse navio tinha nome e sobrenome.

A noticia do seu casamento me fez agir, ela não se casaria, não ainda, lady Sophia não chegaria a Inglaterra, ela não tinha o direito de ser feliz por ser filha de quem é Os homens que formam a tripulação do navio já se recolheram, estamos a quinze dias em mar aberto, deixamos nossa ilha onde temos casa e eles famílias, eu não tenho familia, sou um homem só, gosto disso, e com ajuda dos deuses do mar, essa noite pegaríamos o que viemos pegar e retornaríamos a ilha, nada daria errado. Recolhe a minha cabine na alta madrugada, nas primeiras horas do dia já me ponho de pé, vejo homens polindo suas espadas, alguns com seus revólveres, Edgar o mais perto que tenho de um amigo surge com uma caneca de algo fumegante.

- Grayce já pós a mesa, sua cara está péssima! 

- agradeço o elogio.

Digo azedo.

- mas aceito o conselho para um café.

- Capitão Ícaro aceitando conselho é algo memorável.

Edgar diz zoando da minha cara.

- seu humor pela manhã é algo insuportável, aproveite que está tão feliz e verifique os canhões outra vez.

Lhe dou as costa e desço a escada indo para a cozinha do navio, encontro alguns piratas fazendo sua refeição.

- capitão.

Sou cumprimentado e respondo acenando, Grayce me serve uma fumegante xícara de café, a bebida quente me dá a energia que preciso para começar o dia, o dia que espero a dez anos. Quando a noite cai estamos prontos, de forma estratégica a não sermos vistos, nenhuma única iluminação é vista do meu navio.

- LANÇAR FOGO!

Grito quando estou a uma distancia boa do luxuoso navio com destino a Inglaterra, cinco tiros de canhão são disparados contra o navio, em seguida lançamos granadas dentro do navio, eles revidam, mas nem de longe o armamento deles podem ser comparados aos meus, eu sei as armas que eles usam, conheço suas técnicas, sem levar em conta que esse navio não é um navio de guerra, porém está preparado para ataques, mas não ao meu, não demora para meus homens e eu entramos no navio, muito sangue foi derramado.

- precisaremos de alguns prisioneiros!

Falo a Edgar, com o capitão do navio capturado entro no mesmo procurando o que vim buscar, meus homens estão pegando baús de ouros, roupas e objetos de valores e carregando ao nosso navio

- onde uma lady repousaria!

Falo indo direto para a parte nobre do navio, encontro um corredor com três portas, ponho a primeira a baixo, na segunda meus olhos brilham, a vejo sentada no chão próxima a cama, abraçada as próprias pernas, eu sei que é ela.

- não me machuque!

A escuto suplicar, vejo seus olhos muito grandes e verdes maiores do que costumava lembrar, o pavor está estampado em seu rosto, a vejo me olhar, meu rosto está coberto com um pano preto escondendo meu nariz e boca, apenas meus olhos estão expostos.

- não leve a menina.

Uma voz cansada me chama atenção, uma senhora está sentada na outra ponta do quarto. A ignoro, caminho pelo com minhas botinhas fazendo barulho por todo quarto, ergo a condessa pelo pulso a pondo de pé.

- não me toque seu pirata sujo!

Sophia fala tentando se esquivar, aponto meu revolver e falo ameaçadoramente:

- não lute, venha comigo e polparei a vida dessa velha.

- My lady!

A velha fala com voz chorosa enquanto eu aponto a arma em sua cabeça, Sophia vendo a velha na mira da minha arma começa a caminhar vagamente saindo da cabine, mais fácil do que achei que seria.

- tem uma velha na cabina de cima, a pegue como prisioneira!

Digo a Edgar quando passo por ele, talvez a babá de Sophia me seja útil, a velha babá a deixei trancada em uma das cabines que temos, a lady Sophia estava amarrada em cordas porém dentro da minha cabine pessoal, em cima da minha cama, fui até o timão do navio e como capitão do tempestade parti a toda velocidade sendo ajudado pelos ventos, que nessa dia estava ao meu lado como um bom amigo, nos perdemos de todos na escuridão da noite, no balanço do mar, não pararia até ter alcançado uma boca distância e quando viessem atrás no meu navio seria impossível de ser alcançado, as nove velas do meu imenso navio pirata nunca me deixaram na mão e não demora a sairmos da rota a sermos vistos, passo a madrugada a dentro velejando e só quando o sol está a nascer deixo o timão aos olhos de um outro pirata.

- fique atento, não quero imprevistos. 

Falo e damos inicio a nossa viagem a ilha do paraíso perdido, o nome paraíso era justo, pois minha ilha é um pedaço do paraíso na terra e perdida porque era um lugar livre de curiosos, completamente livres de intrusos ninguém sabia de sua existência, seria lá que lady Sophia aprenderia a amar o diabo dentro do paraíso, não seria difícil em nada para mim, tomar essa mulher como minha amante, Sophia tinha se tornado uma mulher deslumbrante, a mais linda que meus olhos já viram.

continua...

*Brandy uma bebida de alta qualidade reservada aos capitães piratas e oficiais, feita a partir de vinho destilado, fruta, sumo de cana-de-açúcar e açúcar refinado, com um elevado teor alcoólico para dar aos seus consumidores uma forte sensação de excitação 

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