Capítulo 74
Ele se afastou um pouco, limpou os olhos com as costas da mão e, com os dedos trêmulos, pegou o celular no bolso. A tela mal parecia visível diante da angústia e das lágrimas que nublavam sua visão. Ainda assim, conseguiu encontrar o número salvo no topo de seus contatos.
Chamou. Uma, duas vezes…
— Senhor Blake? — atendeu a voz grave do detetive do outro lado.
— Detetive? — disse ele, a respiração ainda descompassada. — Eu preciso da sua ajuda. Preciso que venha ao hospital agora.
— O que aconteceu? Está tudo bem?
— Não… Quer dizer, não sei. Eu vi um menino. Ele... Parecia comigo. Os mesmos olhos. E quando me olhou… eu senti. Senti como se fosse ele, meu filho sequestrado.
Houve um breve silêncio.
— Está dizendo que viu seu filho?
— Não posso afirmar com certeza — sua voz falhou — mas meu coração se apertou ao vê-lo. Não posso ignorar isso.
— Qual hospital? Estou indo.
Alexander desligou e ficou parado na calçada, olhando para os dois lados da rua, como se pudesse retroced