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A única coisa que lhe preocupava era como sua filha podia levar as coisas, sabia que nunca Alicia ia permitir que seu pai estivesse com sua amiga. Ia ser um escândalo para ela e um golpe muito duro, mas pensar dessa forma era precipitar-se a um fato que nem sequer havia ocorrido. Mas ele se agarrava àquela festa em que viu a moça pela última vez, com aquele lindo vestido que a fazia parecer mais velha e muito mais madura do que era na realidade, com todo aquele cabelo caindo sobre seus ombros, o decote lindo em seu peito e seus olhos fixos nele. É que naquela noite Ele também não conseguiu tirar os olhos de cima dela, e ela menos, mas ninguém se disse nada a não ser um cruzamento de palavras que se limitaram a uma saudação inicial.

Não era segredo para ele que ela estava interessada nele. E embora ele nunca tivesse dito isso a ela, ele podia perceber isso em seus olhos, e era a única coisa que, além de sua timidez absoluta, o convencia a ter a chance de estar com ela como ele queria todo esse tempo. Algo lhe dizia que poderiam conciliar bem, ainda assim, se tomasse o risco, deixaria clara a situação. Eu não queria um compromisso, não com o panorama indecifrável. Eu só sabia que queria beijá-la, tocá-la e senti-la dessa maneira especial.

Queria ser o dono do seu corpo.

***

Ele se instalou em um dos quartos que a mãe lhe indicou por instruções do chefe, ou seja, Ashton. Ela já estava sentada na beira da cama experimentando o que seria sua nova colcha, onde passaria as noites seguintes. A verdade é que ele sentiu o ambiente confortável e não deveria surpreendê-lo, tudo lá era luxo. Além disso, a cama enorme e confortável tinha mesinhas embutidas nas laterais e na frente uma enorme tela plana onde você podia assistir seus programas favoritos. Além disso, o quarto tinha lareira e aquecimento.

Não podia reclamar, nem o faria se as coisas não fossem assim. O fato de simplesmente ter onde colocar a cabeça e descansar era uma enorme ajuda. Ele começou a guardar algumas coisas da mala no armário, nem tudo porque de repente o telefone começou a tocar. Deixou o trabalho pela metade e voltou a sentar-se na cama para atender a chamada, era de Alicia.

Toda ela parecia muito surpresa, mesmo quando lhe tinha avisado um pouco através de um texto, aliás, nunca lhe respondeu o mesmo.

Suspirou.

—... Sabes que podias vir ter connosco, mas fico impressionada com tudo o que te aconteceu. Eu não entendo como é que de repente ela sai com isso e que ela não é sua verdadeira mãe, ela mentiu para você todo esse tempo. Não consigo conceber nem mesmo a ideia e não imagino como você deve se sentir neste momento. Conte sempre com o meu apoio para o que precisar, eu estarei lá. O meu pai também. Já estás em casa?

- É isso mesmo, deixei uma mensagem explicando que estava em sua casa e já falei com seu pai. Ela disse que podia ficar aqui o tempo que precisasse, então já posso me sentir um pouco mais tranquila. Por isso, a verdade não tinha para onde ir e me sinto muito mal, mas sei que as coisas vão se consertar, tudo no devido tempo. Neste instante é uma má Raia o que vivo, mas até o mais problemático se acomoda. Tenho fé que tudo vai melhorar e muito obrigado por sempre estar lá para mim, amiga.

Já sentia aquele nó na garganta tão doloroso que às vezes não a deixava falar normalmente. Era normal sentir essa pressão e ela pôde se conter para não começar a chorar, não queria preocupar Alicia.

- Você não tem nada a agradecer, você sabe que é para isso que as amigas são e eu sempre vou estender a mão para você. Então, se meu pai disse que sim, o que eu sabia que faria porque ele é uma boa pessoa, fico muito feliz, por um lado, e fico triste com o que você está passando. Mas vejamos a parte positiva, eu pelo menos a vejo, e é que você vai estar lá perto de mim —gritou de repente e a jovem teve que afastar um pouco o telefone ou a deixaria surda.

Eu sempre conseguia tirar um sorriso dele, esse dia não era exceção. Sentiu-se muito animada com o que a jovem lhe dizia. Era verdade que podia estar mais perto dela, por outro lado, sentiu uma picada, porque não só a proximidade seria com ela, mas com o Senhor Greenspan, que não deixava de estar tão bom como naquele dia.

Dios Deus! Embora sua amiga não a estivesse vendo, nem pudesse ler sua mente, ela estava envergonhada por estar pensando em todas essas coisas. Sabia que não era nada bom sentir-se tão atraída por ele, e teve a sensação de que justamente essa proximidade ia complicar as coisas, não para o bem, mas para o mal. Sua amiga não tinha ideia do que ela pensava sobre seu pai, é que ela ia lhe dar um ataque cardíaco se soubesse alguma vez, pelo menos não vou gritar aos quatro ventos. Não havia como eu saber, a menos que Alice tivesse algum tipo de poder mágico para poder ler mentes. Só assim saberia desses sentimentos em relação ao Sr. Ashton.

De outra forma, não, nem sequer era capaz de admitir. Ele tinha vergonha.

Quién e quem não?

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