286. CONTINUAÇÃO
Quero gritar que ele não entende, que não pode imaginar o que sinto. Mas não posso contradizê-lo. Afasto-me de seu abraço o suficiente para olhá-lo nos olhos, procurando as respostas que preciso, mas só encontro o medo refletido neles, tão grande quanto o meu.
Elliot dá um passo em nossa direção, mantendo sua distância, mas a intensidade em seu olhar é inegável.
—Já cuidei de parte disso, Leonard. — Fala Elliot e nos viramos para olhá-lo.
—O que você quer dizer com isso? —pergunta Leonard.
—Melhor vamos nos sentar todos —sugere minha avó—, você quer algo para beber, Elliot?
Eu me abraço, tentando conter a maré de emoções que me sobrepõe. Minha avó vai dizer algo, mas Leonard levanta a mão, interrompendo-a.
Nós nos sentamos todos, eu ao lado de Leonard que me segura pela mão, como se temesse que Elliot me roubasse. Por sua parte, meu pai biológico não para de olhar para mim sorrindo, como se quisesse me infundir confiança. Olho agora de perto e percebo que me par