Luísa
Eu sempre amei o Natal. As luzes, os cheiros, as músicas suaves no fundo das lojas, os filmes repetidos na televisão, os cartões que quase ninguém mais mandava, mas eu ainda guardava com carinho. Sempre houve algo mágico nesse tempo do ano — uma sensação de recomeço, de esperança, de calor no peito.
Mas agora, tudo parecia ainda mais especial.
Talvez fosse o projeto social. Ou talvez fosse o fato de, mesmo com tudo o que passamos, ainda estarmos juntos, firmes, tentando. E mais do que isso: fazendo algo por alguém além de nós. Ajudar aquelas mulheres e crianças tinha dado um novo sentido às minhas semanas, preenchendo um espaço dentro de mim que andava doendo em silêncio.
Íamos oferecer o jantar de Natal em casa para os familiares e amigos mais próximos, mas agora havia também a missão de preparar algo para o projeto social. E só de pensar nisso, eu me sentia cheia de vida.
No sábado, eu e Leonardo compramos uma quantidade absurda de coisas. Saímos cedo, voltamos só no fim da ta