Liana foi embora após algumas horas, e minha mãe parecia nervosa com a minha reação.
Malia: "Levi é um bom rapaz; ele deve estar ansioso para vê-la." - Papai tossiu e mudou de assunto.
Voltando para meu quarto, descansei o restante da tarde e preparei meu currículo durante a noite.
Não vi Mônica nesse período.
Na manhã seguinte, após meu banho e a arrumação dos cabelos, ajeitei a roupa social mais uma vez e observei meu reflexo no espelho.
A roupa social branca e os saltos combinavam com a cor da minha pele, negra e brilhante, como minha mãe costumava me chamar.
Ouvi alguém bater na porta e, de repente, o rosto de Mônica surgiu ali.
Mônica: "Bom dia!" - entrou e se sentou em minha cama. - "Papai solicitou que eu a levasse até a faculdade."
Misa: "Veio falar sobre seu noivo?" - Ela me olhou sem expressão por alguns segundos. - "Aceitou isso?"
Mônica: "Me casar com um milionário e lembrar de um acordo pré-nupcial que estipula que, se ele me trair, me pagará milhões por danos morais?" - Havia uma expressão de alegria, embora sutil, mas estava ali. - "Além disso, terei sexo sem me preocupar com papai brigando comigo. Bônus!"
Misa: "Você não existe!" - deu de ombros, pegando minha bolsa. - "Vamos!"
Ela me levou para a faculdade e se sentou na sala de espera, olhando para o vazio como se não houvesse mais ninguém no mundo.
O diretor me recebeu com um sorriso contido; meu currículo falava por mim e não precisava de muitas explicações.
Diretor: "Senhorita Bellucci!" - apertou minha mão e sorriu gentilmente. - "Bom dia, é uma honra recebê-la."
Misa: "Por favor, não é necessária tanta formalidade; me chame de Misa!" - ele sorriu satisfeito com a minha resposta.
Diretor: "Misa, espero que aceite que eu a chame pelo nome e que você também me chame pelo nome." - Ele estendeu a mão e apertou a minha mais uma vez. - "Meu nome é Robert; é um prazer conhecê-la pessoalmente."
Misa: "Sinto o mesmo; fiquei muito feliz em saber que o senhor abriu uma vaga para me receber." - Eu era uma pesquisadora e médica renomada em minha área; tinha certeza de que ele já conhecia meu trabalho. - "Acredito que meu currículo fala por mim."
Entreguei uma cópia do meu currículo em suas mãos e pude ver seus olhos se tornarem ainda mais ansiosos e nervosos com a situação; era como se uma estrela estivesse brilhando diante de seu rosto.
Robert: "Nunca pensei que alguém tão famoso quanto a senhorita viesse trabalhar em nossa faculdade. Estaremos mais do que dispostos a assinar um contrato e oferecer os melhores benefícios." - Todas as minhas descobertas estavam patenteadas em meu nome; a faculdade iria me oferecer isso, além de um salário um pouco maior do que o que eu recebia em Los Angeles.
Em uma semana, retornaria à faculdade até que ele finalizasse o contrato com todas as cláusulas que eu havia determinado.
Mônica me levou à loja para que eu pudesse ver como estava a reforma e, finalmente, voltamos para casa.
Ela não disse mais nada e se trancou em seu quarto mais uma vez.
Mamãe estava na plantação com papai, e ele iria reformar uma parte da fazenda para que seus negócios pudessem aumentar ainda mais após o casamento de Mônica.
Troquei de roupa e decidi ler uma revista na varanda da fazenda; ao longe, eu podia ver a plantação e meus pais conversando com alguns peões.
A fazenda era um lugar muito bonito; finalmente, eu me sentia em casa, onde não precisava ter medo de que alguém pudesse me trair.
Aquele sentimento ruim que eu havia sentido nos últimos meses enquanto ainda estava casada.
Até que, ao olhar na direção da porteira, vi um peão cavalgando rapidamente em minha direção.
Enviei uma mensagem para meu pai, pois tinha certeza de que ele não trabalhava na fazenda.
Então, o cavalo parou em minha frente; o homem levantou a mão e retirou o chapéu que cobria quase todo o seu rosto.
Era um homem muito grande, com uma barba proeminente e mãos grossas.
Havia uma expressão séria em seu rosto, como se ele não tivesse gostado do que via.
Seus olhos vagaram pelo meu corpo até pararem em meu rosto mais uma vez.
Então, ouvi barulhos de cavalos se aproximando e, ao longe, pude ver meus pais vindo em nossa direção.
Olhei para seu rosto mais uma vez; ele estava em cima daquele cavalo preto e me observava com olhos severos.
Theo: "Levi!" - ele virou o rosto e olhou para meu pai. - "Então, este é o homem com quem eu iria me casar? Ele não parecia o mesmo Levi que eu havia conhecido na infância; ele estava muito maior e musculoso, não lembrava em nada aquele garoto gordo e brigão." - "Não sabia que viria tão cedo."
Levi: "Queria vê-la!" - Seus olhos vagaram sobre mim mais uma vez antes de voltar a encarar meu pai. - "Meus pais entrarão em contato."
Subiu no cavalo mais uma vez, me observou com aqueles mesmos olhos severos e, em seguida, tocou seu cavalo e foi embora rapidamente.
Malia: "Misa, você está bem?" - Levi cavalgava para longe e, ainda assim, eu observava suas costas imensas. - "Misa!"
Theo: "Vamos entrar." - Papai nos levou para dentro e me serviu uma xícara de chá quando nos sentamos na cozinha. - "Levi é um garoto rude; deve ter sido um pouco assustador, pois ele está muito diferente da última vez que esteve aqui."
Misa: "Ele está muito mais intimidador do que antes." - Não podia mudar; eu já tinha medo dele antes e agora parecia que esse medo havia aumentado. - "Eu tenho medo!"
Malia: "Oh, meu amor!" - Passou a mão pelo meu rosto gentilmente. - "Nós o conhecemos há muito tempo e temos certeza de que ele cuidará muito bem de você. Eu jamais entregaria minha filha a alguém que pudesse te machucar."
Kellan Ward me machucou, mas isso nunca foi escolha dela, nem do meu pai.
Só pedi a Deus que Levi não fosse como Kellan.
Nunca desejei tanto uma coisa como estou desejando agora...