30. O Dia Seguinte
A noite avançou sem pressa, como se a mansão inteira tivesse decidido respeitar o que havia nascido naquele quarto. Matteo não ficou. Não por falta de vontade, mas porque algo dentro dele exigia cuidado. Ele se afastou depois de mais um beijo, lento, contido, como uma promessa que ainda precisava aprender a respirar.
- Durma bem, Sofia. - disse, com a mão ainda pousada na porta. - Amanhã… tudo começa de um jeito diferente.
Ela assentiu, sentindo um misto de alegria e um medo suave, quase doce.
Quando a porta se fechou, Sofia ficou alguns segundos parada no meio do quarto, como se precisasse confirmar que aquilo havia sido real. Tocou os próprios lábios, respirou fundo, e só então se permitiu sorrir sozinha. Pela primeira vez desde que tinha chegado naquela casa, não se sentia prisioneira.
Mas nenhuma mudança acontece sem custo.
Matteo caminhou pelos corredores em silêncio, o som dos próprios passos ecoando mais do que de costume. Ao entrar em seu quarto, fechou a porta com cuidado, c