O carma é definido no hinduísmo como uma reação a boas ou más ações. Para Amélia, Pietro era exatamente assim, seu carma particular, principalmente quando se classificava na posição de melhor amigo e quase irmão do seu ciumento irmão mais velho. Como se não bastasse, ainda existiam duas mães loucas querendo juntar um casal impossível.
Leer másAngel se xingou ao constatar seu atraso astronômico pelo visor do celular e abriu a porta de uma vez. E embora a mulher não tivesse exatamente culpa do seu atraso, ainda se sentia responsável por deixar o melhor amigo do irmão sozinho e preso no apartamento. Ela fechou os olhos com força sentindo um cheiro que não sentia há uns bons meses, na verdade, a última vez que ela tinha sentido o cheiro daquele tempero havia sido quando sua mãe tinha ido lhe visitar.
Ele não poderia estar cozinhando!A confirmação veio junto com a surpresa de encontrar um homem incrivelmente lindo, sereno e entretido na sua pequena cozinha, deixando-a imersa na vontade de prendê-lo ali pelo resto do mês quem sabe, ou talvez até do ano. Não era entendível ao primeiro impacto, mas a garota se perguntava como ele tinha ficado tão mais lindo e gostoso ao longo do tempo, embora soubesse que o imenso crush que ela tinha nutrido e ainda perdurava, mesmo que pouco, no melhor amigo do irmão, poderia intensificar ainda mais as coisas.- Não, não, não, Marcelo! - ela fez um bico de choro bem fingido, enquanto jogava as bolsas no sofá do apartamento. - Eu não acredito!- O que foi? - o homem lançou um sorriso divertido, à medida que fazia a linha desentendido.- Eu disse que a gente ia sair! - Angel esganiçou ao ponto de fazê-lo rir. - Desculpa o atraso! - o bico formado nos lábios dela o fez menear a mão, mostrando que pouco importava.- Não tem problema, a gente janta aqui mesmo! Você já me carregou a semana toda para lá e para cá, o mínimo que eu poderia fazer era cozinhar para gente. - o cuidado na voz do mais velho quase a fez derreter em cima das próprias pernas.- Você tá trabalhando. Você é visita! - a garota se debruçou por cima do balcão como se ainda tentasse protestar a boa ação dele. Afinal todos dois estavam destruídos da semana. - Minha mãe me mataria se visse isso.- Sua mãe não tá aqui, sua mãe não vai saber! E nem a minha mão vai cair por cozinhar, eu gosto. - ele riu divertido com a careta que Angel fez. - Mas vai lá, toma um banho, bota um pijama legal e volta. Nosso jantar é aqui! - Marcelo piscou mais uma vez em um curto espaço de tempo, arrancando um suspiro derrotado dela.- Sério mesmo que você tá cozinhando? - Angel inclinou de leve a cabeça em uma olhada até mais discreta pelo corpo dele, à medida que se praguejava por desejá-lo tão terrivelmente. Controle-se, garota, você não tem mais 15 anos!- Estou! - Marcelo soltou uma risada divertida, reparando em como ela tinha olhos tão profundos. Basicamente uma imensidão que ele se afogaria fácil, fácil. Se não fosse a irmãzinha do seu melhor amigo, claro. - Até melhor do que a gente sair, porque aí eu já agradeço pela estadia. - o sorriso foi bonito. - Isso! Jantar de agradecimento!- Você não existe! - a garota suspirou, finalmente se dando por vencida e o viu comemorar em ter conseguido convencê-la. Os dois riram!- Existo sim! Estou no mundo há 32 anos. – o homem piscou sapeca, despertando nela a reação mais indiscreta de suspiro e risada, seguidos.- Sei bem. – ela passou a mão pelos cabelos curtos e umedeceu os lábios. Marcelo não iria morrer se ficasse um pouco sozinho. – Eu vou para o banho, já volto. Não demoro! – Angel mandou um beijo alado e sumiu rapidamente pelo corredor, se praguejando por ter pensado tanta sacanagem em uma frase tão curta.O banho foi mais rápido do que ela planejava, ainda mantendo na cabeça que não era cordial deixá-lo esperando mais tempo depois de ter ficado o dia todo sozinho. Ela colocou um pijama de seda escuro que não estava encaixado em qualquer categoria de sedução, era apenas a roupa de dormir preferida da garota. Confortável, bonita e apresentável até mesmo se tivesse visitas em casa.- Tchará! – o gritinho da garota preencheu a cozinha, assim como a imagem dela abrindo os braços, trazendo de volta a lembrança de uma menina que ele conhecia muito bem e sabia que aos poucos, tinha sumido.- Uau! Era pijama, não terninho de gala! – Marcelo brincou enquanto mexia o molho na panela, fazendo Angel se inflar com o comentário.- Sério? Achei que era um super jantar, não podia fazer feio. Quer beber alguma coisa? – a enfermeira soltou uma risada frouxa, deixando a entender que ele estava em casa.- Quero! – Marcelo levantou a cabeça em busca do pacote de papel na bancada. – Tem vinho na sacola em cima da mesa. – o homem apontou a induzindo a olhar. – Pega, por favor?- Não acredito que você comprou vinho. – a mulher sentiu a boca salivar só em lembrar do sabor da bebida alcoólica, já se mexendo para tirar a garrafa da sacola de papel. – SOCORRO! Esse é maravilhoso, eu ganhei de presente uma vez! – os olhos de Angel brilharam em ver a bebida argentina, uma das melhores que ela já tinha bebido. – Você tem bom gosto! – ela soltou um gritinho que o fez rir e chamá-la com um aceno de mão.- Vem experimentar a comida!- Ainda tenho direito a degustação? Nossa senhora. Você devia voltar mais vezes por aqui! – o convite divertido pulou da boca dela, ainda que a garota ansiasse que ele voltasse mesmo mais vezes e mais íntimo a cada visita, se possível.- Sempre que der! – o homem piscou. Os dois riram. – Vem provar! – Marcelo insistiu mais uma vez e ela tomou fôlego da forma mais fingida, andando na direção do amigo. Um ato de cuidado tomou forma assim que o cozinheiro da rodada soprou levemente a massa enganchada ao garfo na intenção de que a comida quente não queimasse a boca dela.- Que delícia! – os olhos arregalados denunciaram que o sabor estava magnífico e sem esperar por mais nada, Angel agarrou o rosto dele, dando o beijo apertado na bochecha que fez o homem rir mais do que satisfeito. – Deus, essa massa só lembra a minha mãe!- Certeza que não tá nem parecida com a dela, mas sabia que você ia gostar! – ele riu alto com a animação dela e mesmo sabendo que a comida não chegava aos pés da que Lauren fazia, abraçou-a de lado como um ato de agradecimento pelo elogio, completado por um beijo forte na bochecha.Ela travou com a atitude dele em fazer aquilo, sentindo o baixo ventre se revirar e se praguejando por desejar aquela criatura que parecia ainda mais irresistível a cada ano que passava. Marcelo poderia muito bem já ter começado ficar barrigudo com a idade, mas não, ele insistia em estar incrivelmente gostoso no auge dos 32 anos.- Tá bom mesmo? – a curiosidade estampada nos olhos dele a fez acenar freneticamente que sim e logo soltar do meio abraço.- Maravilhoso! – Angel disse coberta de euforia enquanto colocava o vinho nas duas taças dispostas ao balcão. Era querer demais aquele homem ali todo santo dia? – Eu nem imaginava que você lembrava disso. – ela tomou um gole do vinho, empurrando de leve o copo para mais perto dele.- Me puxei! – o músico soltou uma gargalhada espontânea, carregando a risada dela junto. – Era o mínimo que eu podia fazer! – ele piscou mais uma vez, despertando vontades libertinas na mais nova ali. Angel soltou o ar pelo nariz e mordeu de leve a boca.- A questão é que você prestou atenção! Você é unha e carne com meu irmão, não comigo. – a garota explicou a situação o vendo dar de ombros como se aquilo não importasse.- Você também é minha amiga, Angel. – Marcelo verbalizou uma das frases que mais tinha machucado a mulher há alguns anos, embora surtisse um efeito bem diferente na presente data.- Sim, mas a diferença de idade já influiu bastante. – a enfermeira apontou ao tomar mais um gole de vinho, sabendo que aquele era seu fraco nas bebidas. Se quisessem matá-la, era só envenenar uma boa garrafa de vinho argentino.- Quando a gente era mais novo, sim. Mas agora passou, Angel, somos adultos. - Marcelo riu baixo e até meio desconfortável.- Não vai beber? É uma delícia! - ela abriu um sorriso cordial ao levantar a taça de vidro, o vendo apontar para as panelas como se aquela fosse a desculpa do século. - Ah para, não é como se você ficasse alterado com uma tacinha boba de vinho. Não faça essa desfeita, Mr. Gallo. Se é para ser despedida, vamos fazer ser despedida!- Estou ocupado, só se você me der na boca! - a frase saiu bem mais safada e maliciosa do que a intenção, fazendo-a suspirar e logo prender o cabelo no topo da cabeça. Por que vinho sempre dava um calor infernal?- Mas só o vinho na boca? - o resmungo quase inaudível escapou da boca da moça, enquanto Marcelo ainda esperava a resposta da proposta brincalhona. - Eu vou ser bem legal com você, vai abre a boca! - Angel riu meio desesperada com a situação e o ajudou com a bebida arroxeada, ficando extremamente perto do corpo volumoso.A situação do mini paciente tinha sido estabilizada e toda a equipe de saúde já tentava respirar aliviada com a situação.Angel acompanhava o paciente, enquanto a cirurgiã de plantão não descia para dar o parecer sobre o sangramento e sua etiologia. Pelo caso, parecia algum tipo de perfuração pulmonar por corpo estranho.- Você de novo,Valenthina ? - a mulher riu ao ver, mais uma vez, a enfermeira pediátrica na sala de reanimação e as duas riram.- Tripliquei o plantão! -Angel disse ao procurar o prontuário do rapazinho desacordado na maca, já não sangrava mais, embora estivesse pálido por ter perdido tanto sangue e logo a equipe da hematologia chegaria com a bolsa de hemácias que seria transfundida.- Algum motivo especial? - a médica e amiga deAngel, perguntou em um tom casual.As conversas dentro do P.S eram sempre em um tom que não se mostrasse muito profissional ou pesado, afinal de contas, o dia a dia das equipes já era tenso demais.- Meu
- C-como? – o gaguejo saiu quase inaudível da boca deAngel.Marcelo abriu um sorriso ainda mais incrível, cheio de ruguinhas nos olhos e beijou a testa dela antes de repetir o pedido.- Eu perguntei se você deixa eu ser seu namorado. – ele fez carinho na bochecha dela com o polegar. – E também se você deixa eu te beijar, mas aí já é consequência, né? – o homem soltou uma risadinha espontânea e não percebeu quando os braços deAngel envolveram seu pescoço em um abraço aperto, carinhoso, gostoso e cheio de aconchego. Ela o encheu de beijos estalados e carinhosos, fazendoMarcelo sentir como se tivesse voltado aos seus 25 anos.O beijo não tardou a chegar, era calmo, gostoso e cheio de paixão, quase como o beijo da última noite na varanda, quando oGallo entrou pela janela encarnando o próprio pr&iac
- Nós vamos conversar com ela sobre isso. – o homem resmungou tentando colocar autoridade na sua fala e perdeu de ver a esposa rolando os olhos. Em que época ele estava preso?Angel não era mais criança!O ranger da cama denunciou que alguém estava muito apavorado e ao virar, Lauren viu a filha sentada no meio do colchão.Angel estava com os olhos arregalados e parecia prender a respiração, enquantoMarcelo continuava capotado e resmungando ao procurar a mulher na cama. Delilah despertou todo mundo do transe assim que começou latir, animada, como se aquele fosse o dia mais feliz da sua vida e finalmente,Marcelo despertou.- Delilah! – ele repreendeu a cadelinha ao sentar na cama, e deu graças a Deus por não ter tirado a camisa na noite passada, principalmente depois de ver a péssima cara deEnrico pai. – Eu... Vim ver aAngel ontem e trouxe u
O abraço parecia mais apertado, e a vontade de colar ainda mais o corpo também, assim como a de unir os dois em um só àquela noite. A mulher se apoiou nos ombros dele e sentiu as mãos deMarcelo descerem por suas costas, passar pela bunda e suspendê-la no colo, fazendoAngel enlaçar as pernas em volta da sua cintura. Alguns beijinhos desceram pelo pescoço e quando o homem conseguiu sentar na cama de casal, com ela em seu colo, Delilah latiu muito inconformada com aquela cena terrível.- Merda. –Angel abafou uma risada no pescoço dele, sentindo seu corpo ser ainda mais aconchegado no abraço, quandoMarcelo escondia uma risada no ombro dela. – Você é um péssimo pai!- Hey! Eu não sou péssimo p... que bosta, eu sou né? – ele riu baixinho e continuou a espalhar beijinhos pelo ombro nu da moça.- Só um pou
É assim que se quebram as maldições dos contos de fadas:um beijo de amor verdadeiro.Marcelo viu a caixa já toda pronta em cima da mesa da cozinha e ao olhar pro relógio na parede se deu conta que não podia deixarAngel sozinha na virada do próprio aniversário.- Ok, hora de mudar essa merda de maldição. - ele levantou da cadeira de uma vez e jogou o pano de prato na bancada. Pela hora não dava para demorar muito ou perderia a meia-noite, então era melhor só trocar de roupa e seguir logo para casa dos Lepine.Angel merecia um aniversário com a melhor surpresa do mundo e a julgar pelo último tempo que os dois tinham passado juntos, o sinal tinha sido dado com sucesso!O homem arrumou a gola da camisa de algodão, puxou um pouco a barra e arrastou a chave da moto que estava na mesinha de cabeceira. Iria ve
- Meu Deus, a parte pior vem agora, né? - a esposa deEnrico fez uma careta ao colocar o ovo batido na frigideira quente e viu o sorriso trincado da cunhada. -Angel. - ela reclamou, fazendo manha. - Fala!- Ficamos bem alterados, ao menos eu achei que oHerculano estava alterado, mas aquele vagabundo me enganou fingindo estar bêbado. - Espera, o quê?- Calma, você nem ouviu o resto. - ela amassou de leve os dedos. - Concordamos em ligar para alguém ir nos buscar, porque ninguém estava apto para pegar num volante e bom, cogitei a ideia de ligar pro seu marido... -Angel fez uma pausa dramática e viu a careta deViviana se exteriorizar meio desesperada. - Mas errei o dedo e liguei pro seu irmão. - a enfermeira mordeu a boca.- O QUÊ? -Viviana soltou uma risada imensa, depois virou a omelete na caçarola. - Claro, os nomes deles são tão parecidos,Angel. Começam até com a mesma letra. - ela sacudiu a cabeça. - Com essa para cima de m
Último capítulo