Ana
— Ana Jully! — ele fala meu nome com seu tom de voz grave.
Não lhe encaro, tento olhar apenas para frente contando ansiosamente cada andar que o elevador irá subir até chegar na redação.
— Olá... Nicolas — digo formalmente, para parecer educada.
Sem notar estou esfregando as mãos, mais precisamente em minha aliança.
— Então você se casou mesmo, com o falso... Mateo — ele ri de forma sarcástica.
— Sim, eu me casei — tento não estender nosso diálogo e já aproveito para colocar as coisas em seu devido lugar. Lhe encaro: — E agora você está aqui e será o meu chefe. Vamos tentar tornar as coisas menos esquisitas, afinal somos adultos e civilizados.
Ele me observa e confesso que isso me deixa irritada. Ainda mais que ele me analisa da cabeça aos pés.
— Você está muito bem, senhora Jully.— novamente fala com sarcasmo ao me chamar pelo nome que odeio e ainda por cima como senhora. Parece não ter ouvido nada do que eu disse.
Pela primeira vez o encaro nos olhos.
— Olha aqui, Nicolas! — fal