Mundo de ficçãoIniciar sessãoA porta se abriu com um estalo suave, quase delicado demais para anunciar o estrondo que viria.
O ar frio da sala da presidência escapou para o corredor como um sopro de inverno, carregando o perfume amadeirado de Lucca, misturado a outro, mais doce, mais intruso. Um perfume feminino.
Por um instante, o tempo pareceu hesitar entre dois segundos. O som da cidade lá fora desapareceu, o relógio parou de bater, e tudo o que restou foi o silêncio pesado, denso, quase sólido, antes que os olhos entendessem o que viam.
Lucca.
De pé, ao lado da mesa de reuniões, o paletó escuro semiaberto, a gravata ligeiramente desalinhada. As mãos, as mesmas que, horas antes, haviam segurado Clara com força e ternura, agora re







