Quando cheguei ao velório do Felipe, amparada por Théo e Manu, senti como se um trator tivesse passado por cima de mim. Ver meu irmão naquele caixão partiu algo dentro de mim — e a dor era profunda e esmagadora.
Fui até o caixão e chorei sobre ele, rezando para que Deus fizesse um milagre e meu irmão voltasse à vida. Nada daquilo parecia real — tudo era um pesadelo. A raiva quase me fez querer jogar todos aqueles arranjos no chão, cada maldita faixa de “saudades eternas”, sabendo que metade daquela gente nem sentiria aquilo de verdade.
— Quero sair daqui! — gritei para Théo, às lágrimas. — Por favor, me tira daqui!
Ele me abraçou imediatamente e me ajudou a sair daquele lugar. Não queria receber os pêsames de nenhuma daquelas pessoas.
— Você está bem, princesa? Estou preocupado com esse seu silêncio — questionou Théo.
— Não queria ficar lá, Théo! Metade daquelas pessoas amanhã nem vai se lembrar do meu irmão.
— Amanda, sei o quanto é difícil perder alguém tão importante. Eu senti isso