EVELYNE
Cassidy me estende uma peça de roupa no piloto automático.
— Cass, eu pedi as brancas primeiro — saliento, encarando o suéter vermelho em sua mão.
Sua expressão descongela e ela pestaneja, como se estivesse saindo de um transe.
— Desculpe.
Depois de colocar todas as roupas na máquina de lavar, eu coloco uma moeda e espero a roupa começar a bater. Cass observa ao meu lado o trabalho do equipamento, ainda absorta.
— Por que você está toda estranha hoje? — pergunto. — Primeiro, você decidiu acordar cedo em um sábado. Agora, está aqui, na lavanderia do meu dormitório, me observando lavar roupas?
— O que? — Ela finalmente tira a atenção da máquina de lavar, os olhos arregalados.
— Você está estranha — repito. — Por quê?
Dá de ombros.
— Não estou.
— Está, sim — insisto. — Algo está acontecendo? Quer me falar sobre isso?
Ela morde o lábio, tensa.
— Eve...
— Sim?
— Você... você já sentiu atração por garotas?
Estranho sua pergunta, mas respondo:
— Não... por quê?
Ela encolhe os ombros.