Por volta das oito da manhã, o quarto ainda guardava o silêncio pesado de uma madrugada maldormida. O sol já invadia o quarto por entre as frestas da cortina, mas Thor ainda estava ali, jogado na cama, mergulhado em um sono pesado e inquieto. O cheiro do vestido de Karina, abandonado ao lado do travesseiro, ainda impregnava o ambiente. Ele despertou devagar, os olhos pesados, como se o corpo resistisse a acordar. A cabeça latejava, o peito doía. Espreguiçou-se lentamente, sentindo um desconforto estranho, uma espécie de vazio que começava no peito e se espalhava pelas veias como um sopro gelado. Como se estivesse se desprendendo de algo — ou de alguém.
Esticou a mão e pegou o celular sobre o travesseiro. A tela se acendeu: dezenas de notificações. E-mails, mensagens, alertas. Ele olhou por alguns segundos, mas não teve ânimo para ler nada. Bloqueou a tela e largou o aparelho sobre a cama. Respirou fundo, ainda sentado, olhando fixamente para o nada.
Seus olhos pousaram sobre a foto no