O CEO QUE MUDOU MINHA SORTE
O CEO QUE MUDOU MINHA SORTE
Por: Nati Almeida
Capítulo 1 – Uma tragédia anunciada

LUIZA

Eu me chamo Luiza, e vou contar um pouco da minha história para vocês.

Sou do interior do Rio Grande do Sul, e meus pais tinham uma pequena propriedade rural.

Eles trabalharam na roça a vida inteira.

Minha mãe era uma mulher linda, confiante e muito alegre. Mas que foi perdendo sua vaidade, sua confiança e a alegria com o passar dos anos.

Meu pai era uma pessoa desprezível, e eu não me lembro se ter olhado para ele, alguma vez na minha vida com admiração.

Eu e minha mãe tínhamos medo dele. Ele era um alcoólatra, bebia todos os dias. Mas, não precisa estar bêbado para mostrar o quanto era desprezível.

Sempre batia na minha mãe, e depois a obrigava a se trancar no quarto com ele.

Lembro que quando eu tinha uns 12 anos, minha mãe levou uma das piores surras da sua vida. Eu havia ido para a escola, e quando voltei, vi minha mãe caída na cozinha, desacordada, toda cheia de marcas e com um dos olhos inchados.

Consegui pedir ajuda a nossa vizinha Célia, mãe da Mariana, minha melhor amiga.

Ela morava um pouco longe, porque morávamos em área rural. Lembro de ter saído correndo, chorando, desesperada. Achando que ele havia matado a minha mãe.

— Celia, Mariana, por favor me ajudem. Minha mãe está caída no chão. Foi ele, eu sei que foi ele. Meu pai matou ela — gritei em desespero.

— Calma Luiza, não chora. Você está tremendo meu amorzinho. Vamos lá agora ajudar ela — Célia falava tentando me acalmar.

Levamos a minha mãe para o hospital, e Célia aproveitou para convencer ela a denunciar meu pai.

— Ana, tu não pode continuar nessa vida. Esse homem vai acabar te matando, ou matando sua filha.

— O que tu quer que eu faça? Eu não tenho para onde ir com minha filha.

— Fica na minha casa com ela o tempo que precisar — falou tentando convencê-la —. O que não dá, é tu ficar se submetendo a um homem desses, que só te maltrata.

— Se eu ficar na tua casa, ele pode se aborrecer e ser pior para mim ou para minha filha.

— Tu tem que denunciar ele, para que proíbam ele de chegar perto de ti ou da menina. — disse de forma mais firme.

— Não sei não — minha mãe falou ainda relutante — Eu tenho muito medo.

— Pensa bem! Mas, se tu decidir denunciar o desgraçado, eu e minha família te apoiaremos.

Minha mãe recebeu alta, fomos com ela na delegacia, e minha mãe conseguiu uma medida protetiva contra ele.

Ficamos uns tempos na casa da nossa vizinha Célia, mas mesmo com a medida protetiva, meu pai começou a aparecer ao poucos, com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança, dizendo que havia mudado, e que só depois que minha mãe foi embora ele pode perceber o quanto ela era uma mulher maravilhosa, e pedindo para que ela perdoasse ele.

Ele certamente ganharia o oscar, pois é um ótimo ator. Eu não acreditei em uma única palavra vinda dele.

Eu tentei de todas as formas convencer minha mãe de que ele não prestava, e que ela não deveria acreditar nele, mas a minha mãe não tinha para onde ir, ainda com uma filha pra criar, e não estava se sentindo confortável em ficar na casa dos vizinhos dando despesas, mesmo eles sendo pessoas tão maravilhosas. Então ela acabou voltando para o traste.

Ele passou alguns meses fingindo ser uma boa pessoa, mas a farsa dele durou pouco tempo.

Ele não conseguia controlar o ciúme possessivo que ele tinha da minha mãe, e isso tornava a vida dela um verdadeiro inferno.

Ele implicava se ela ia na igreja, se demorava no mercado, e inclusive tinha ciúmes da amizade da minha mãe com a Célia.

Depois de um tempo, de tanto apanhar, a minha mãe conseguiu uma arma, e manteve ela escondida por anos em casa. Ninguém sabia da arma, exceto a nossa vizinha Célia. Ela disse que minha mãe contou pra ela da arma, e disse que precisava me proteger caso o meu pai tentasse algo contra mim.

Parece que minha mãe estava pressentindo as coisas.

Um dia depois do meu aniversário de 18 anos, minha mãe flagrou meu pai levantando a parte de cima do meu pijama, para olhar meus seios enquanto eu dormia.

Ela foi pra cima dele com tudo, com um jarro que tinha em uma mesinha do corredor. Infelizmente, ele virou a tempo e conseguiu tomar o jarro, e bater com ele na cabeça dela, que ficou desacordada.

Eu acordei desesperada, chorando e implorando para minha mãe acordar.

— Mamãe pelo amor de Deus acorda. Por favor mamãe, não faz isso comigo. Mamãe, mamãeeeee... - Eu gritava ao mesmo tempo que chorava.

Ele veio em minha direçao e saiu puxando meu cabelo e me batendo, dizendo que eu era uma vadia igual a minha mãe.

Eu lembro de ter conseguido empurrar ele com força, e ele bateu com as costas na parede. Eu aproveitei e tentei correr, e vi que minha mãe havia acordado, e estava indo em direção ao quarto dela.

Ele abriu a gaveta, pegou uma faca e foi em minha direção. Eu tentei me trancar em meu quarto, mas não deu tempo de trancar, e ele abriu a porta com toda sua força.

—: Sua Vadia! Vou matar tu e a tua mãe. Duas desgraçadas que só me dão despesas.

— Seu traste miserável, eu te odeio — disse chorando de ódio relembrando todo o sofrimento que ele nos fez passar.

Minha mãe veio por trás dele, e tentou dar um mata leão. Mas, o maldito conseguiu se soltar e deu uma facada na barriga da minha mãe, que caiu no chão.

Eu só conseguia chorar e gritar pela minha mãe.

Ele vinha em minha direção, mas a minha mãe mesmo caída no chão, sacou a arma que estava escondida atrás dela, e descarregou nele, que caiu morto na mesma hora.

Eu pulei por cima dele, e fui tentar socorrer minha mãe que agonizava no chão.

Eu nunca senti tanta dor. Eu implorava para que minha mãe não morresse. Eu gritava por socorro.

— Mamãe não morre por favor! Mamãeeee. Socorrooooooo, alguém me ajuda.! Mãezinha por favor eu imploro, fica comigo.

Alguns minutos depois, a Célia e o Luiz seu marido, chegaram na minha casa, depois de escutarem os tiros.

Minha mãe ainda agonizava, e me dizia que havia matado o desgraçado, que se ela não tivesse chegado a tempo, ele iria abusar de mim. Ela contou agonizando que ele havia levantado a parte de cima do meu pijama para olhar meus seios, mas que agora eu estava livre dele. Ela falava com muita dificudade que eu precisava ser muito feliz, para que ela conseguisse descansar em paz, e segundos depois ela acabou morrendo nos meus braços.

Eu senti uma dor sufocante. Nunca tinha imaginado a minha vida sem a minha mãe, apesar de ter desejado por várias vezes que o meu pai morresse.

Meus planos eram que agora que eu fiz 18 anos, eu e minha mãe poderíamos fugir e recomeçar a vida. Eu poderia arrumar um trabalho e nós duas seríamos felizes longe daquele monstro.

Nós sepultamos a minha mãe, e alguns parentes do meu pai fizeram o sepultamento dele. Eu não queria mais ter que olhar na cara dele, mesmo que ele estivesse morto.

Por causa desse mostro, eu agora estava sozinha no mundo. Por causa dele, agora eu tinha perdido o que eu tinha de mais importante na vida, a minha mãe.

Resolvi colocar nossa propriedade a venda, mas descobri que ela havia sido dada como pagamento de uma dívida do meu pai. Ele conseguia ainda morto piorar as coisas.

Minha mãe tinha guardado em um esconderijo no meu guarda roupa R$5.000,00, e só eu e ela sabiamos. Ela dizia que seria para alguma emergência. E foi com esse dinheiro que eu iria recomeçar a minha vida.

Um mês depois me mudei para Porto Alegre. Queria ter saído antes, mas precisava esperar as investigacões serem concluídas. E só depois que a perícia comprovou as nossas versões, eu pude sair da cidade.

Eu não conseguiria permanecer na mesma cidade, pois todos me olhavam com olhar de pena, depois da tragédia que acometeu minha família. Eu precisava recomeçar em outro lugar.

Foi bem difícil me despedir da Célia, da Mari e do Luiz. Eles eram o mais próximo de uma família que eu tinha, já que os parentes do meu pai são pessoas tão horríveis quanto ele.

Já a minha mãe não tinha conhecido a mãe, que morreu no parto, e o pai de infarto, quando ela era ainda adolescente. Talvez por isso ela se casou tão cedo e se submeteu a tanta coisa.

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