Ana Kelly Narrando
A gente chegou em casa e mal tinha fechado a porta quando o telefone do Anthony vibrou. Ele olhou a tela, suspirou e me deu um beijo calmo, demorado, cheio daquele carinho possessivo que só ele sabia fazer.
— Atende. — falei baixinho, subindo as escadas já tirando a blusa. — Tô indo pro banho.
Nem olhei pra trás, mas quando fechei a porta do banheiro e deixei a água esquentar, senti aquele arrepio familiar. Virei devagar e ele tava ali, pelado, encostado na porta, me olhando com aquele olhar dele. Fome. Desejo. Cuidado.
— Não aguentei. — ele murmurou, vindo na minha direção.
Entrei no chuveiro e ele veio atrás. A água quente caindo sobre nós, as mãos dele passeando pelo meu corpo como se estivesse decorando cada pedaço de mim. Me virei, abracei ele, e nossos lábios se encontraram. A língua dele tinha gosto de saudade. Meu corpo encaixava no dele como se fosse feito sob medida.
— Tava com saudade disso — ele sussurrou no meu ouvido, me pressionando contra a par