O calor havia deformado o corpo. O rosto já não tinha feições reconhecíveis.
Mas os olhos… Ainda estavam arregalados.
Em alguns pontos, a pele já se desfazia, expondo ossos brancos.
Nos outros, as larvas se contorciam em meio à carne podre.
Assim que o porta-malas foi aberto, as moscas se agitaram, zunindo pelo ar.
— Urghh…
Os empregados vomitaram na hora.
Meu pai deu um passo à frente.
O olhar fixo naquele amontoado de carne e ossos.
Então, berrou:
— Onde está Taiane?! Isso não pode ser ela! Isso é algum truque!
O rosto apodrecido lhe causava repulsa.
A testa, quase desfeita, já mostrava o osso por baixo.
Mesmo eu tive dificuldade em acreditar que aquele era meu corpo.
O mordomo perdeu a paciência. Sua voz ecoou na garagem:
— Essa é a senhorita Taiane. Ela está morta.
Meu pai o encarou como se fosse um louco.
— Velho imbecil! Isso não é Taiane! Ela está viva!
Sua voz tremeu.
— OITO dias trancada?! Ela teria morrido!
O mordomo riu com desprezo.
— Então por que o senhor não foi ver ante