Capítulo 08
O Amor Possessivo Do Magnata — Sim, querida, ele comprou tudo que era do seu pai por um preço muito inferior ao real valor. — Pois é. Porém, minha madrasta o defende. E bem, o que acontece é que hoje no jantar ele veio aqui e ficou obcecado por mim, sem eu dar motivo para ele fazer isso. Depois, ele falou até com minha madrasta para conversar comigo a sós, e deu em cima de mim de novo, com a maior cara de pau. Novamente eu recusei, e agora espero que ele me esqueça. E foi isso. Aí as filhas da minha da Magda surtaram e ela me bateu, por achar que seduzi o homem, atrapalhando as filhas dela. — Minha nossa, menina! Que loucura, tudo isso! — Sim, foi. Mas agora já deixei tudo claro com minha madrasta, e ela me prometeu pagar minha formatura e o curso de enfermagem. Só preciso ficar fora do caminho do tal Douglas. Isso ao menos me fez feliz, pois não suporto aquele senhor. — Que bom, minha menina, que ao menos do mal veio algo bom. Você merece até mesmo ser uma médica. Mas se seu sonho inicial é ser enfermeira, que tudo ocorra bem. — Sim, eu vou esquecer esse episódio grotesco e seguir adiante. Afinal, seria isso que papai faria no meu lugar. “Sempre em frente” era o lema de vida dele. — Verdade, Eveline. Mas está tudo em ordem, por aqui então vamos dormir. — Ah, Laura, antes preciso ver se ainda tem bolo de aveia com nozes italiano. — Não tem, Eveline. Mas não se preocupe. Eu levanto às cinco da manhã e farei o pedido do bolo da sua madrasta. — Obrigada, Laura. Ah, se não tivesse vocês comigo, não sei o que seria de mim! — Chega de tristeza, menina Eveline. Vamos dormir que amanhã é um novo dia, e novas coisas virão. Eveline deu um beijo na velha senhora e subiu para seu quarto, que era o menor da casa. Depois que seu pai morreu, Magda a fez ir para o quarto de hóspedes, pois Dafne solicitou à mãe o quarto de Eveline, e ela cedeu, pois não era capaz de criar brigas e ainda estava muito triste pelo luto. Dormiu e sonhou muito. E só não queria acordar, pois era tudo tão lindo e feliz no sonho. Na fantasia ainda tinha os pais, e sua mãe estava a ajudando com um lindo vestido branco. Parecia até que Eveline estava se casando. E sorrindo, ouviu o pai dizer que ela seria feliz para sempre. Acordou com lágrimas nos olhos, pois já não tinha esperança de ser feliz. Só queria ter um emprego com bom salário para viver em paz e poder comprar a parte da madrasta na casa. Com um espreguiçar e bocejar, se levantou, foi tomar um banho rápido, escovou os dentes e arrumou o cabelo. Colocou o uniforme do colégio, desceu para preparar o café da manhã da madrasta e, em seguida, dando um beijo em Laura, foi até a garagem, pegou sua bicicleta e saiu, sem ver que um entregador estava deixando um lindo buquê de rosas vermelhas para ela. Laura recebeu o buquê e já estava indo guardar quando a madrasta de Eveline viu o arranjo em suas mãos. Com rapidez impressionante, tirou o cartão e leu, como se fosse para ela a encomenda. Magda ficou furiosa. E logo depois do seu repleto café da manhã, tomou uma decisão, ligando para o magnata russo. Douglas a atendeu e, em poucos minutos, foi direto ao ponto com Magda, que escutou tudo e ficou vermelha de ódio por Eveline. Seu plano de tentar casar uma das filhas com o magnata russo havia ido por água abaixo. Porém, ela tinha um novo plano. Já que não podia mudar o desejo do homem, iria usar Eveline num plano diabólico a seu favor. O dinheiro que ela tinha na conta já estava quase no fim, e só lhe restava a casa. Se não tivesse que dividir com a maldita da enteada, já a teria vendido também, indo para Oregon com as filhas. Lá era sua terra natal, e ela sempre odiou Alegre Falls. Mas nem tudo estava perdido. Ela iria se vingar da maldita enteada por atrapalhar seus planos. * * * * * * * * * * Douglas começou o dia de bom humor. Já mandou Alessa, sua secretária, enviar flores para Eveline. Logo depois, até falou com a madrasta dela sobre suas intenções de engatar um namoro com a garota. Novamente sentiu uma certa antipatia da mulher, mas não ficou muito tempo conversando. Porém, ela lhe disse que em breve gostaria de conversar pessoalmente com ele. Como Douglas queria muito Eveline, e sabia do poder que aquela mulher tinha sobre a garota, aceitou marcar uma reunião com Magda no início do mês seguinte. Nos dias que se seguiram, ele continuou enviando flores e também presentes para Eveline, com a ajuda de Alessa, que estava realmente impressionada com a atitude do chefe. Por isso, assim que Douglas deu mais uma ordem referente a presentear Eveline com roupas, até íntimas, sua secretária pessoal se interpôs. — Chefe, me desculpe, Douglas, mas o senhor está sendo precipitado, e um pouco ofensivo. Essa moça é muito nova para ser tratada como uma das suas amantes. Se o senhor espera conquistá-la, isso não vai ajudar. Melhor continuar com flores, chocolates e talvez cartas escritas com seu próprio punho, e mais convites para jantar ou cinema. — Alessa, você não precisa me ensinar o que devo fazer, pois sou um homem muito capaz de fazer uma garota me aceitar como amante. — Mas, senhor, eu pensei que essa moça fosse algo especial um namoro sério. — Nunca! Eu não quero namorar sério com ninguém. Não quero me casar ou ter uma mulher no meu pé. O que quero com Eveline é o de sempre: um caso tórrido. Logo depois, estarei livre dessa obsessão. Apesar de que, com ela, devo aguentar esperar até a garota completar dezoito anos. — Oh... então ela ainda é menor de idade? Minha nossa, Douglas, eu sou sua secretária, mas sinto muito. Agora não vou participar disso. Por favor, me deixe fora dessa situação desastrosa. — Repita o que disse, e estará despedida, Alessa! Apesar de ser uma excelente profissional, você não é nada minha para agir como minha mãe. Portanto, ou me obedece agora, ou rua! — Douglas, você vai se arrepender. É lamentável seu comportamento. Porém, você sabe que eu preciso do meu emprego. — Ótimo. Então acate minha primeira ordem: quero enviar roupas na verdade, um guarda-roupa completo para Eveline. E sim, acho que um pedido de jantar. — Ok, chefe... Douglas pensou friamente e, por fim, resolveu ligar para a madrasta de Eveline. Em seguida, tendo o número da garota, mandou uma mensagem para ela. Porém... nada de resposta. Autora: Graciliane Guimarães