O Amor Desapareceu
O Amor Desapareceu
Por: Anita
Capítulo 1
Quando Leonardo chegou ao local do terremoto, eu e Lúcia estávamos presas sob uma enorme rocha.

Eu mal conseguia me mover, sentindo uma dor intensa no abdômen—sabia que algo não estava certo com o bebê dentro de mim. Sem ouvir nenhum som de Lúcia, comecei a me preocupar.

Apesar da minha situação crítica, tentei confortá-la.

— Lúcia, não tenha medo. O Leonardo logo virá nos salvar.

Embora eu e Leonardo tivéssemos brigado naquela manhã por causa de Lúcia e estivéssemos em uma guerra fria, ainda acreditava que ele viria. Afinal, eu carregava o filho dele.

Pensei que, mesmo que não gostasse de mim, ele ao menos se importaria com o bebê.

Mas superestimei minha importância e a do bebê no coração dele.

Quando os socorristas disseram que apenas uma de nós poderia ser resgatada primeiro, ele me olhou friamente e disse: — Eu só posso salvar a Lúcia primeiro.

— O quê? — Olhei para ele incrédula, pensando que havia entendido errado.

Mas sua voz permaneceu gélida, sem um traço de emoção.

— Alice, espero que você seja sensata. Lúcia sempre teve uma saúde frágil. Se eu salvar você primeiro, ela pode não resistir, e eu não posso deixar isso acontecer.

— Seja boazinha. Assim que tirarmos Lúcia daqui, os socorristas virão te resgatar imediatamente.

Tentei conter as lágrimas, mas minha voz saiu trêmula.

— Amor, por favor, não faça isso. Eu posso esperar, mas o nosso bebê não.

— Não.

— Leonardo, por favor, o nosso bebê pode morrer! — Olhei para ele em desespero e dor.

— Alice, se o bebê dentro de você realmente não sobreviver, considere isso uma dívida que você deve à Lúcia. Você tirou a vida dela no passado, agora está apenas compensando.

Ele continuou friamente: — E você sabe muito bem se esse filho é meu ou não. Prefiro acreditar que esse bastardo nunca existiu.

A frieza em sua voz me fez tremer até os ossos. Tentei me explicar.

— Esse bebê é seu! Como você pode pensar...?

Mas antes que eu pudesse terminar, os socorristas já haviam começado o resgate.

A enorme pedra tombou sobre mim, e fui engolida pela escuridão.

Meu coração congelou.

Sete anos de amor, um filho em meu ventre, e ainda assim nunca pude competir com Lúcia no coração dele.

Ele preferiu acreditar que o bebê não era dele, só para salvá-la primeiro.

Assim, morri.

Minha alma flutuava no ar, observando enquanto Lúcia era resgatada.

Leonardo a segurava com uma expressão de alívio e alegria por tê-la de volta.

Seus colegas, incomodados, sussurraram: — Leonardo, ainda não encontramos sua esposa.

— Continuem procurando. O que adianta me dizer isso?

Cada palavra cortava meu coração como uma lâmina de gelo.

Eu era sua esposa, a mãe do seu filho, mas minha vida para ele era insignificante, como se eu tivesse apenas saído para jantar e logo voltaria.

— Léo, eu estava tão assustada. Durante o terremoto, tive medo de nunca mais te ver.

— Estou com dor no estômago. Você me leva para o hospital? Tenho medo de que algo aconteça com meu bebê.

Lúcia, com o rosto pálido e uma expressão de fragilidade, olhou para ele com olhos cheios de medo.

Ele a abraçou e foi embora, sem sequer olhar para trás.

Naquele momento, senti um alívio por já estar morta.

Se ainda estivesse viva, como poderia suportar tudo isso?
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