POV ENRICA
Acordei com a estranha sensação de que faltava algo.
O quarto estava silencioso, banhado por uma luz suave que atravessava as cortinas esvoaçantes. O ar carregava o perfume dele — ferro, pinho e aquele algo inexplicável que só Caleb tinha. O calor ainda impregnava os lençóis, como se ele tivesse estado ali havia poucos minutos. Mas não havia sinal dele.
Minhas mãos tatearam o lençol, o travesseiro… vazios.
O corpo ainda doía. Não da forma ruim. Era uma dor funda, morna, que vinha da marca que ele deixara em mim. A mordida ainda ardia em meu ombro, mas era uma chama doce. Um lembrete de que eu agora pertencia a algo maior do que eu mesma. A ele.
Mas onde ele estava?
Me sentei devagar, puxando o lençol contra o peito. Meus olhos buscaram pistas pela imensidão do quarto. Havia uma rosa vermelha, agora tombada sobre o criado-mudo, como se tivesse desistido de se manter ereta. Uma camisa dele, esquecida sobre a poltrona. Um copo com água, pela metade, ainda com uma gota escorren