Enquanto estávamos no carro, a caminho da casa de Flávia, Fred tentou se aproximar de mim e fui o máximo que consegui para o canto do banco, imprensada contra a porta, tudo para que ele não conseguisse encostar em mim.
O motorista dirigia focado no trânsito, fingindo que não estávamos ali. Era discreto e certamente por isto mantinha o emprego. Ou seja, era como estivesse somente Fred e eu ali.
— Me fale sobre Jimi – ele pediu, do nada — Do ele mais gosta?
Pensei em não responder, afinal, eu não queria que Fred se aproximasse de mim de forma alguma. E eu não me referia somente à questão física.
Mas falar de Jimi geralmente amolecia ainda mais o meu coração que já era de manteiga.
— Ele gosta de tocar violão. – sorri, lembrando da alegria do meu coelhinho quando tocava.
— Qual o sabor de sorvete preferido dele?
— Ele... não come sorvete.
— Ele não gosta de sorvete? – arregalou os olhos. — É a primeira criança que conheço que não gosta de sorvete. E picolé, ele come?
— Ele... nunca come