Nikolai Pavlov, o herdeiro da máfia russa. Treinado pelo pai, um homem sujo e sem sentimentos, a ser um assassino impiedoso. As coisas complicam quando, antes de receber seu império, Nikolai descobre a primeira, e mais importante, regra da máfia, um casamento. Impasses, amor e brigas. Nikolai tem que lutar para ser uma pessoa melhor ou viver amargurado e infeliz como o seu pai.
Ler mais— Nikolai. — Minha mãe sussurrou ao meu lado.
Abri os olhos, meu corpo inteiro tremia. Seu rosto machucado e seus olhos tristes e vermelhos demonstravam algo que eu já sabia. Meu pai havia agredido ela mais uma vez.
— Está tudo bem agora. — Ela me abraçou. — não precisa ter medo, eu estou aqui.
— Ele te machucou. — Levantei minha mão até o seu rosto. Ela sorriu triste.
— Sim, mas está tudo bem, seu pai está apenas estressado. — Ela murmurou. — Vamos sair daqui.
Assenti e segurei a sua mão. Ela me levantou devagar e sorriu encorajadora.
Minha mãe era a mulher mais bonita e incrível do mundo. Sua bondade era tanta e chegava a tantas pessoas. Todos os amigos da família a adoravam, diziam ser uma santa.
"Uma santa que se casou com o diabo." Como o meu pai gostava de dizer.
Eu conseguia sentir meu corpo tremer um pouco ainda, o medo ainda não havia me deixado completamente. Eu tinha medo de apanhar do meu pai. Minha mãe nunca deixava ele chegar perto de mim e me tocar.
Eu não consigo entender porque meu pai é uma pessoa tão ruim, não fizemos nada.
— Esse garoto é um covarde. — Ele gritou.
Me encolhi um pouco, enquanto minha mãe o encarava. Sua expressão serena havia mudado, ela tinha um misto de medo e arrependido. Seus ombros estavam tensos e sua mão suada.
— Por favor, deixe Nikolai. — Ela fungou. — Nao machuque o meu filho.
— Cale a sua boca, Amélia. — Ele rosnou. Uma lágrima desceu pelo rosto delicado da mulher. — seja um homem, Nikolai, vamos!
— Eu.. eu.. — Gaguejei.
— Eu, eu.. — Meu pai debochou. — Eu estou criando a porra de um homem, Nikolai, um homem que se defende sozinho, que não precisa da sua mãe. — Ele berrou e me acertou um tapa no rosto.
Meu corpo foi jogado no chão, senti minha cabeça bater contra o piso. As lágrimas se inundaram nos meus olhos e o soluço cortou a minha garganta.
— Por favor, Vladimir.. — Minha mãe gritou. — Deixe Nikolai, ele só tem dez anos, é uma criança.
— Cala a porra da boca, Amélia. — Ele berrou mais um vez e partiu para cima dela. — Ou eu mato você e essa criança que está aí dentro.
Minha mãe se encolheu e abraçou a barriga. Sua feição era chorosa, ela me encarou triste e me senti um nada.
Outra criança. Dentro dela. Outra criança.
Minha mãe estava grávida. Eu teria um irmão.
— Não machuque a minha mãe, me machuca, me b**e, me mata.. — Eu gritei e me coloquei entre eles. — Mas não machuca ela e nem o bebê.
Meu pai resmungou e me encarou de cima. Seu ombro se relaxou um pouco e seus lábios se curvaram em um sorriso.
— Isso, Nikolai. — Ele disse calmo. — Defenda a sua mãe, se defenda.. eu estou criando um homem, e não um merda, você me entendeu? — Ele segurou meu ombro e me empurrou no sofá.
Uma das suas mãos pressionou minha bochecha, me causando uma dor instantânea e a outra encontrou meus cabelos.
— Eu não quero que se esconda, entendeu? — Ele rugiu.
— Sim, Senhor. — Eu disse com dificuldade, sentindo as lágrimas voltarem para o meu rosto.
— É assim que eu gosto. — Ele se levantou.
Vladimir se levantou e passou a mão nos cabelos, seu rosto se aliviou em uma feição de paz e ele encarou minha mão. Ela se encolheu um pouco.
— Vá limpar esse rosto e colocar Nikolai para dormir, estou esperando. — Ele disse sereno.
Ele subiu as escadas e virou o corredor, e só então, eu tive coragem de me levantar. Engoli o choro e me aproximei da minha mãe, segurei a sua mão e a puxei para o andar de cima, para o meu quarto.
— Não ia me contar. — Eu perguntei.
— Contar o que? — Ela perguntou calma, indo até o meu banheiro e pegando a pequena caixinha de primeiros socorros.
— Que está grávida. — Minha mãe parou por alguns segundos e sorriu.
— Descobri hoje, Nikolai. — Ela se sentou ao meu lado e puxou meu rosto. Sua testa se franziu levemente, antes de ela pegar um frasco e espirrar o remédio no meu rosto.
Senti minha bochecha arder no mesmo momento, mas eu precisava ser forte e eu seria. Eu seria um homem, a partir de hoje, por mim e pelo meu irmão.
— Se for menino, podemos chamar de Dimitry? — Perguntei calmo.
— Podemos sim. — Ela sorriu doce e pude ver todo o amor em seus olhos.
— Dimitry Pavlov. — Testei sonoramente.
Eu vou proteger você, Dimitry. Eu prometo.
NIKOLAI PAVLOV3 anos depois…Três anos, três longos anos em que estou preso nesse inferno! Que eu não tenho visitas da minha esposa, ou cartas.Meu dinheiro, minha fortuna, tudo nas mãos de desconhecidos. Cheguei a pensar que ficaria louco aqui dentro. Mas, eu não perdi a noção. Eu estou bem são.As vezes, tento imaginar que ela virá, mas eu sei que não vem, eu garanto que ela não viesse. Não deixei rastros, não procurei ninguém além de quem cuidaria de tudo.Eu não queria que ela ou meus filhos, Yelenna e Maurício conhecessem um lugar como esse. Sujo e com uma energia tão pesada.
— Eu vou o que? — Perguntei, franzindo a testa.Não tinha motivos para eu ser preso, ou qualquer outra prova. Eu estava perdido. Porque ninguém havia me avisado antes?— Como? — Perguntei, franzindo a testa. — porquê não me disse antes?— Nikolai, eles me mantiveram longe das investigações, na verdade, é uma coisa tão fechada que.. — ele deu os ombros.— Você é um incompetente. — Gritei. — Eu te dei milhares de dólares e é assim que me paga? Não me informando sobre o que acontece?— nikolai, olha.. — Ele disse, ficando mais nervoso.— Não, porra nenhuma de Nikolai, eu tenho meus filhos para criar, eu tenho uma esposa e ela está sozinha. — Falei,
Eu ainda não acreditava que estava os vendo ir embora. Eu queria chorar, na verdade, eu não sabia como iria suportar estar desse lado do planeta sem ele...Dimitry. Eu fiz tanto por ele, protegi tanto, cuidei tanto.Chegou a hora de nós nos separarmos, tomarmos rumos e vidas diferentes.A vida prega peças engraçadas nas pessoas, enquanto eu, Nikolai Pavlov, estou preso a uma máfia — e mesmo que negando, estou gostando da sensação. Dimitry está aproveitando da sua única oportunidade de salvação para partir e conquistar uma nova vida.Éramos como Vladimir e Andrei, mas sem a parte da rivalidade, apenas um amor mútuo de irmãos e muita compreensão.Esperava que nós nos reencontrassemos novamente,
—Nikolai! — Escutei me chamarem e me virei para trás, encarando Dimitry.— Oi. — Falei, passando a mão na minha testa dolorida.— Acho que nós precisamos conversar, você não acha? — Ele perguntou, se sentando na cadeira do meu escritório.Dei uma última olhada no jardim e dei um meio sorriso. Ava estava sentada sobre um balanço embaixo da árvore, deixando que o sol batesse contra algumas partes do seu corpo, com os olhos fechadas, aproveitando a brisa que batia contra o seu rosto.— Sim, acho. — Falei, limpando a garganta e me virando para o meu irmão.Me sentei na cadeira e apoiei-me sobre o estofado da cadeira, deixando-me relaxar sobre a cadeira.— E
Estacionei o carro na frente do carro e tranquei a porta, guardando as chaves no bolso. Os dois seguranças desceram em seguida, me seguindo para dentro do prédio.— Me esperem aqui. — Avisei, entrando no extenso corredor.A sala do conselho estava exatamente como eu me lembrava. Um pouco melhor e mais organizada, mas ainda assim, igual a alguns meses atrás.Era incrível como tanta coisa aconteceu em menos de um ano — inclusive, dois filhos.Empurrei a porta de madeira e me sentei em uma das cadeiras, ignorando todos os homens a minha volta. Estava cansado.— Bom, vamos começar a reunião. — Um dos homens falou.Qual era mesmo o nome dele? Ivan Nikolaev.— Não podemos, temos que esperar o meu irmão. &mdash
— Então, nós somos irmãos? — Ele perguntou, passando a mão nos cabelos e piscando algumas vezes.— Sim, aparentemente. — Eu Murmurei.— E Dimitry e Mikhail? — Ele indagou, ainda chocado demais com a notícia.— Somente Dimitry, Mikhail é filho de Vladimir. — Respondi a sua pergunta.Era difícil para mim assumir alguma coisa assim para eles. Eu não contei a ninguém sobre isso ainda, nem mesmo ao meu irmão Dimitry.As coisas aconteceram tão rapidamente que nunca tivemos tempo de conversar sobre isso direito.Bom, em parte ele sabia de toda a verdade, mas somente eu havia corrido atrás de ouvir o terceiro lado da história e nunca tinha ido esclarecer tudo isso para o meu irmão — e eu me arrependia muito disso.— Eu nunca pensei que.. — Ele disse, mas parou no meio da frase.
Último capítulo