Capítulo 8 – Eu não sei se odeio ele… ou a mim mesma por querer escutar.
Narrado por Violeta
Quando cheguei ao Café Sol Nascente, minhas mãos estavam suando tanto que o guardanapo entre os dedos já estava em pedaços.
Eram 17h57.
Faltavam três minutos.
Mas ele já estava lá.
Claro que estava.
Sentado de frente pra rua, paletó escuro, camisa impecável, relógio de ouro no pulso.
Um homem que parecia pertencer a outro mundo.
Um mundo onde tudo se compra. Tudo se domina.
Até pessoas.
O mesmo mundo que destruiu a minha vida…
E agora estava oferecendo minha salvação.
Ele me viu antes que eu o visse.
Mas não se mexeu.
Só me observou.
Entrei.
O som da porta fez barulho demais.
Pedi um café preto. Puro. Sem açúcar.
Me sentei de frente pra ele.
— Pensei que não viria — disse, com a voz baixa, sem ironia.
— Pensei em fugir.
— E por que não fugiu?
— Porque minha mãe tá morrendo.
E eu…
não posso mais perder tempo.
El