Roberta
— Você estava chorando?
Olhei para ele, sem me dar conta das lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Passei os dedos pela minha bochecha e senti-as molhar. Um gemido escapou pelos meus lábios e, quando me dei conta, eu estava aos prantos nos braços de Miguel.
A mão dele descansava nas minhas costas tão delicadamente que mal a senti. Quando percebi o que estava fazendo, afastei-me imediatamente.
— Vamos sair daqui e tomar café da manhã juntos — ele propôs, mas parecia que eu não tinha muita escolha.
A mão de Miguel segurou meu braço com cuidado e me levou para o seu carro. Fiquei me perguntando se aquele homem sempre andava impecavelmente lindo daquele jeito, e se aquele carro era de fato usado tantas vezes por ele.
Cinco minutos depois, estávamos em frente à padaria mais simples da cidade. Sentei-me em uma mesa próxima enquanto esperei que ele retornasse. Tirei um analgésico da bolsa e o engoli a seco. Se eu chorasse por mais um minuto sequer, minha cabeça colapsaria.
Quando pe