Meses se passaram desde a cerimônia de nomeação, e embora a paz tenha se mantido na superfície, em meu coração crescia uma inquietação constante. Era como uma brisa gelada que soprava entre os ossos mesmo sob o sol, sussurrando que a calmaria era apenas a respiração funda antes da tempestade.
Naquela noite, a tempestade finalmente veio.
Acordei com os uivos da vigília de guerra e o som grave dos sinos de alerta ecoando pela floresta. As crianças, que dormiam tranquilas ao meu lado, se remexeram com um leve choramingo, e meu coração se apertou.
Caelum já não estava ao meu lado. Havia sentido o perigo antes mesmo de mim, como sempre. Seu instinto de Rei e de pai era afiado. Ele deixara apenas um bilhete breve em cima da cadeira: *“Proteja nossos filhos. Confie em Lis. Estarei na linha de frente.”*
Levantei-me de um salto, o corpo reagindo como se a guerra fizesse parte de sua essência. Auren e Lira ainda dormiam, inocentes demais para entender o que se aproximava. Peguei os dois no