AURORA SUMMER

Douglas encarava a cabeça do senhor Hanser, mas o pobre homem parecia não perceber. Ele mantinha a mão no meu braço enquanto alegava estar me ensinando golfe. Eu errava todas as tacadas porque me sentia desconfortável e completamente distraída.

— Não acho que golfe seja minha praia. — murmurei, conseguindo finalmente me livrar dele.

— Mas você estava indo muito bem — reclamou.

— Senhor Hanser, deixe a pobre garota em paz. Vamos jogar. — disse Douglas com a voz dura, fria. Eu tinha certeza de que o senhor Hanser não entendeu a indireta.

— Ela estava indo muito bem. Vamos, Aurora, tente novamente. — insistiu.

— Não, senhor, estou bem. Acho que preciso de um pouco d’água. — respondi, usando a sede como desculpa para sair dali.

Deixei-os e caminhei até a mesa com garrafas. Peguei uma e, ao me virar, dei de cara com um homem alto, de olhos cinzentos, que me encarava intensamente.

— O que uma moça bonita como você está fazendo aqui sozinha? — perguntou, colocando as mãos no b