Adrielle Hale

A cama está vazia quando acordo. O quarto tem um silêncio imenso, tanto que posso ouvir as ondas vindas da janela. Pedro não está na cama, comigo. E não sei em que momento ele se levantou, mas a varanda está aberta e a brisa fria da manhã invade o quarto com uma força sutil.

O silêncio não muda quando me sento na cama, buscando com os olhos pelo homem que deveria estar no quarto. Mas não está. No entanto, sei que não saiu de casa. Seu telefone está na mesinha ao lado da cama. A tela acende e posso ver o horário. 08:39am.

Eu afasto o cobertor e deslizo pela cama, a caminho do closet. Imagino que Pedro possa estar lá, mas não há ninguém. Pelo visto, ele também não mexeu nos ternos. Posso ver a sua coleção de ternos bem ajustados guardada nos cabides. A porta do closet é feita de vidro e me dá a visão completa das roupas bem passadas e intocadas lá dentro.

Ele ainda está em casa.

Caminho ao banheiro para escovar os dentes, fazer as minhas necessidades e tomar banho. O c