Pedro Hernandez
Vejo de canto uma pessoa se posicionar bem ao meu lado. Sei que é Bruno, que possui um copo de café quente em suas mãos.
— Bruno, meu amigo. — Leonard diz, como se fossem velhos amigos.
Ele não é seu amigo, Leonard. Adoraria que sofresse a mesma solidão que eu sofri, assim manteria você distante dela. Minha mãe iria me repreender por desejar que as pessoas sofressem o mesmo que passei. Mal o conheço e já o odeio. Se não fosse ele o marido dela, seria outro e eu o odiaria da mesma maneira. Não é pessoal, Leonard.
Adrielle e eu esboçamos a mesma expressão de confusão ao ouvir sua frase, que carrega um tom de provocação a Bruno. Pelo visto, nenhum de nós sabia sobre essa proximidade. E estou me questionando como ele pode ser tão descarado ao ponto de fazer esse tipo de piada, como se fossem velhos amigos.
— Não somos amigos. — O tom de Bruno é frio, carregado de repulsa.
Sinto que nós dois o odiamos. Boa, Bruno. Parte de mim deseja sorrir e pular de alegria por isso,