Adrielle Hale
A sala está fria. Mais do que deveria ser. O cheiro dos esterilizantes inunda meu nariz e eu nunca parei para prestar atenção nisso. O cheiro do cloro é forte, mas não o suficiente para fazer mal a nenhum de nós nesse momento. As luzes machucam meus olhos, mas não é isso que me incomoda nesse instante. A dor das contrações é intensa e ainda está aqui. O som do monitor e das pessoas ao meu redor ecoam no cômodo.
Pedro está segurando minha mão, vestindo roupas cirúrgicas e uma toca azul mal colocada em sua cabeça. Suas duas mãos estão segurando minha mão esquerda firmemente, mesmo que eu as aperte. Seus olhos azuis estão focados nos meus, com mais sentimentos do que eu poderia descrever. Há amor e cuidado ali, mas também preocupação.
— Eu estou aqui. — Sua mão direita solta a minha para tocar minha cabeça e acariciar os meus cabelos. — Não vou sair do seu lado. Está tudo bem.
Poderia parar para admirar o homem com quem vou me casar, o pai dos meus filhos, o seu cuidado e p